[MÚSICA] [MÚSICA] [MÚSICA] Esse é o nosso último vÃdeo. Nele nós separamos espaço pra fazer algumas considerações finais. Nós começamos essa jornada discutindo o papel do jogo na formação da cultura. Vimos que os jogos estão intrinsecamente ligados à nossa construção social. Não se pode falar da história da humanidade, sem considerarmos também a história dos jogos. Isso só prova a real importância da elaboração subjetiva. O que, por sua vez, nos leva a associar diversos aspectos tanto do jogo quanto da arte. Se o jogo é visto num contexto produtivista como perda de tempo, a arte é vista da mesma forma. Ela sofre com o mesmo preconceito. É necessário repensar esse sistema de valoração, dando a real importância para o papel dos objetos sensÃveis. Para entender melhor alguns dos modelos que regem o entendimento a respeito da arte e dos videogames, fizemos uma reflexão partindo da apresentação de paradigmas. Os paradigmas são estipulados de tempos tempos, de acordo com o momento e com o contexto no qual se inserem. Eles não são essencialmente ruins ou errados. Mas precisam ser revistos com frequência e substituÃdos por modelos mais coerentes a ponto de enfim serem desconstruÃdos. Questionamos os paradigmas artÃsticos da funcionalidade, da arte para poucos e da exibição. No que diz respeito aos videogames, mencionamos os paradigmas da diversão, do sucesso e da originalidade. Vimos que existem artistas realizando experimentações enquanto estão inseridos na indústria do desenvolvimento de games. E que, na outra ponta, temos artistas que se utilizam de games comerciais pra compor objetos estéticos e projetos questionadores. Entre esses dois extremos, há muitas possibilidades envolvendo a permeabilidade entre game e arte. Partimos pra uma introdução de conceitos mais avançados, como estética e complexidade. Toda essa bagagem foi preparada pra que pudéssemos ver as temáticas pertinentes aos processos de criação e desenvolvimento de uma forma diferente, mais consciente. Assim fizemos uma ponte com o mercado, com a prática, através de entrevistas e da apresentação de depoimentos de empresários, artistas e desenvolvedores. No módulo final, falamos especificamente das considerações que devem ser feitas a partir do encerramento de projeto, tanto no processo de organização de documento, uma análise de Post-mortem, quanto na filtragem do feedback coletado do público, dos jogadores. Com o oferecimento desse curso e da apresentação desse material, nossa intenção é realizar apelo, uma chamada para a ação. O videogame enquanto meio é riquÃssimo. O seu desenvolvimento envolve a integração de forças que operam, tanto matematicamente quanto subjetivamente, harmonia. Existe campo vasto para as possibilidades de elaboração nesse meio, tanto no que diz respeito à temática, quanto no modelo estético que se pretende utilizar. Há espaço para a elaboração e consumo de jogos massivos, desenvolvidos e lançados escala industrial, como há espaço e público para a produção alternativa, experimental e contestadora. O posicionamento do game destes setores, não exclui a possibilidade de seu valor subjetivo ser alto. Há no entanto a necessidade de analisarmos, de maneira consciente, todo o produto de mÃdia que chega até nós, bem como a maneira que esse produto chega até nós. Todo o produto, todo o âmbito, o que não faz os videogames uma exceção. É necessário o exercÃcio crÃtico da parte de quem consome e de quem produz pra que se assegurem a diversidade de propostas e a facilidade de acesso a essa forma de expressão tão poderosa. O caminho que se vislumbra parece promissor. Os jogadores estão mais exigentes e questionadores. As minorias sociais estão se mobilizando e demandando uma maior representatividade nos tÃtulos. Mais e mais desenvolvedores estão se formando, tanto por meio de uma educação acadêmica, quanto pela experimentação autodidata, que recorre à colaboração on-line e aos recursos ferramentais de livre acesso. Cabe a você decidir o seu posicionamento nessa evolução, sabendo que a busca por conhecimento não tem fim. Então espero que esse curso tenha servido, ao menos, como ponto de partida. [MÚSICA] [MÚSICA] [MÚSICA]