Opa, galera, tudo bom? Nesta aula, eu vou falar de refinamento de layout, trazendo dicas e ferramentas que vão te ajudar a aplicar esses conceitos. Para mim, a capacidade de refinar algo está diretamente ligada ao treino do olhar. Assim como qualquer atividade prática, o desenvolvimento do olhar para o designer é uma questão de criação de referencial, de repertório. Ver tanta coisa boa e ruim sobre algo até que você naturalmente passa a ter domínio sobre aquilo. É aquele negócio que beira o feeling da percepção de feio e bonito: bater o olho algo e identificar que precisa melhorar. Inclusive, quando a gente fala disso, a gente está diretamente falando do conceito de design visceral do Don Norman. A experiência visceral é instintiva, imediata, afetiva e acontece a nível biológico. É o que nos faz gostar de coisas alinhadas e simétricas, transmissões gostosinhas, gatinhos fofos e cores brilhantes, é subconsciente. Da mesma forma, quando o usuário entra em contato com uma interface e se depara com um mau design, ele vai se sentir incomodado e vai embora, ainda que ele não consiga dizer o que está exatamente ruim. Isso também vem do referencial, as diferentes vivências dele, sua história, visão, cultura e sensibilidade interferem na forma como ele percebe e experiencia um produto. Com o profissional de design não é diferente. Só construindo uma bagagem é que você vai treinar a sua capacidade de perceber e se incomodar com detalhes que antes te passavam batido. E o mais importante: conseguir propor uma solução diferente a partir disso, que é o que te tira do feeling, o domínio da técnica e da teoria. " Maelle, então o quê que eu faço? Eu durmo até ser acordado pelo beijo da experiência?". Não, querida! Você tem que praticar, ler bastante, seguir bons designer e botar os seus projetos na rua para receber feedback. E é por isso que no vídeo de hoje, meninas, eu escolhi dar ferramentas para que vocês possam desenvolver o seu olhar e criar essa bagagem tão necessária. "E onde eu encontro boas referências de UI?". Na internet, óbvio. Nada mais coerente que estudar design digital em seu próprio suporte. O Dribble, por exemplo, é a rede social primordial do designer de interfaces. Diferente do Behance ou do Pinterest, onde você também encontra referências de interface, a comunidade do Dribble é muito mais voltada a essa especialidade e, por permitir que o designer disponibilize apenas uma screenshot do projeto, o que a moçada acaba se focando muito mais é no resultado do que no processo. Então, você entra lá e fica babando nas interfaces animadas do Pixel Perfect, tudo lindo, tudo muito bem acabado. O site pages ponto xyz é um outro bom repositório. Ele faz uma espécie de curadoria de landing pages. O site seleciona as melhores páginas de demonstração de produtos, preços, apps e e-commerces e disponibiliza para consulta. A mesma coisa é o site Really Good Mails, só que como o nome já diz, ele é focado referências de e-mails. Tem os newsletters, abandono de carrinho, boas vindas, tem de tudo. E o melhor desses dois é que eles trazem páginas e e-mails já implementados, disponibilizando inclusive o acesso ao link deles. Isso é ótimo para que você produza coisas que realmente possam ser implementadas. Ultimamente, a ferramenta que eu mais tenho usado para a coleta de referências é o Muzli. O diferencial dele é que a sua interação acontece de forma passiva. Eu vou explicar: o Muzli é um plug-in para o Chrome que faz da sua nova guia um feed de inspirações de design e tecnologia. Ele pega conteúdos de sites, como os que eu citei e cria uma timeline. Isso faz com que você esteja sempre consumindo bons conteúdos, mesmo quando não está caçando referência. E nas redes sociais mais populares você também pode seguir perfis que encham a sua timeline de inspiração. No Instagram, por exemplo, perfis como Winseui, Users.co e o Myinterface fazem posts diários de referências de interface. Além de procurar referências quando você precisa, é importante também estar sempre em contato com bons serviços. Seja curioso, baixe apps aleatórios só para testar, olhe as interfaces de apps, como o Uber, Spotify, Twitter e Nubank, de forma crítica. Tem algum motivo para eles serem considerados empresas referências de design, certo? Só usando é que você vai conseguir perceber que o sucesso de uma interface vai muito além do design estático, opa, do layout estático. Tem as transmissões, os feedbacks e uma série de outras coisas. Para finalizar, a última dica que eu quero deixar aqui é: teste as suas interfaces. Por mais que refinamento de layout não gere necessariamente uma métrica quantitativa, ele interfere sim na forma como o seu usuário interage com o seu produto. No mercado, existem várias ferramentas de análise qualitativa que podem te ajudar a entender melhor o comportamento do seu produto. O Hotjar, por exemplo, gera vídeos de navegação, mapas de calor, clique, movimento do mouse e permite a coleta de feedbacks escritos, entre outras coisas. Você vai ver ali o seu usuário navegando e interagindo com o seu site. Outro serviço que eu recomendo é a ferramenta de teste AB da Freshworks, antes conhecida como Zarget. Por ter editor visual, ela permite que o próprio designer crie variáveis do teste AB, podendo testar desde mudanças grandes a coisas menores, como qual cor de botão converte melhor? Será que se eu jogar esse conteúdo aqui para baixo o meu usuário vai rolar até lá? Coisas simples que você consegue implementar sem a necessidade de deploy ou da interação de TI, gerando métricas qualitativas que vão te ajudar inclusive a defender melhor as suas escolhas de design. Bom, galera, eu falei bastante, o vídeo está acabando e de brinde eu vou deixar aqui a indicação de um site chamado Resource Cards, que reúne uma lista de recursos gratuitos com o propósito de ajudar criativos em seus projetos. Tem desde bancos com imagens grátis para uso comercial a ícones, fontes, mockups, pedaços de código HTML. E, agora que você já têm referências, ferramentas e recursos, eu quero ver você botar tudo em prática. Sabe aqueles desafios de Pinktober que os designers de interface sempre ficam de fora? Pois é, a gente tem o Daily UI. É muito legal. Você acessa o site dele, cadastra o seu e-mail e durante 100 dias você vai receber um desafio de desenho de interface diferente. Quer um spoiler? O primeiro é um sign-up form. Empolgante, não é? Eu tenho certeza de que, ao chegar no 100º layout, você vai olhar para o primeiro e falar: "Mano, como eu evoluí". E no site Collect UI você confere os desafios já postados. Só não vale colar. É isso, gente. Espero que vocês tenham gostado. Eu vou deixar esses e outros links legais listados junto ao vídeo. E não deixem de compartilhar e ajudar o Coursera a divulgar esse trabalho tão legal. Beijão!