O conhecimento sobre a administração das organizações nasce da experiência prática das pessoas, famílias e grupos sociais, por meio de processos de tentativa e erro ou experimentação e pela pesquisa acadêmica. A teoria geral da administração é o conjunto desses conhecimentos, designados por meio de diferentes termos: teorias, enfoques e escolas. Teorias são explicações, interpretações ou proposições sobre a realidade. Enfoque é também uma forma de interpretar as organizações e o processo administrativo, por exemplo, enfoque sistêmico, enfoque comportamental. Escola é linha de pensamento ou conjunto de autores que usaram o mesmo enfoque, escolheram o mesmo aspecto específico para analisar ou adotaram o mesmo raciocínio: escola das relações humanas, escola japonesa. A mesma ideia pode ser, e normalmente é, designada de diferentes maneiras: teoria, escola, pensamento ou enfoque e assim por diante. Neste curso, esses termos são usados alternativamente, às vezes às vezes outro dependendo do contexto. Há diferentes maneiras de classificar as escolas de administração. A quantidade e a natureza das escolas dependem de cada autor e não há consenso. A classificação mais simples reconhece quatro escolas ou enfoques mais importantes: escola clássica, relações humanas, pensamento sistêmico e enfoque contingencial ou situacional. As classificações mais complexas reconhecem nove ou até mais escolas. A escola clássica tem esse nome, porque os seus integrantes criaram e sistematizaram os conceitos fundamentais da administração. Na transição para o século XX, esses conceitos, mais que perenes, são atemporais. Eficiência, organização e processos produtivos são os principais conceitos da escola clássica. Os clássicos fizeram as primeiras experiências, criaram as primeiras soluções e apresentaram as primeiras ideias. Uma das suas principais preocupações, provavelmente a principal, era entender e fazer funcionar as organizações e os sistemas produtivos que nasceram com a Revolução Industrial. A escola clássica deixou muitos descendentes, alguns dos principais são a escola da qualidade e o modelo japonês de administração. A ferramenta para analisar as pessoas e o seu comportamento é o enfoque comportamental ou enfoque do comportamento organizacional. Com as lentes do enfoque comportamental vemos as pessoas como indivíduos, as características que as singularizam, os seus interesses e sentimentos, as suas motivações e atitudes. Vemos também o sistema social, formado pela interação entre as pessoas. A formação e a dinâmica dos grupos informais, os conflitos, todos os tipos de processos coletivos. É tão importante o sistema social, comparação com o sistema técnico, que é representado como a parte oculta de iceberg, muito maior que a parte visível. Dos eventos mais importantes na escola do enfoque comportamental na administração é o chamado experimento de Hawthorne. Esse experimento revelou a importância do grupo sobre o desempenho do indivíduo. Esse experimento fez nascer a chamada escola de relações humanas. Por quê? Porque demonstrou que, entre os fatores mais importantes para o desempenho individual, estão as relações com os colegas e os administradores. [MÚSICA] As interpretações sobre o que é o enfoque estruturalista variam de autor para autor. De forma geral, o estruturalismo é considerado uma síntese dos escritos de Max Weber e da escola de relações humanas. Mas essa síntese também é chamada enfoque sociotécnico e enquadrada dentro do enfoque sistêmico. A síntese existe, variam as formas de classificá-la. Há autores considerados estruturalistas, como Amital Etzioni, a dupla Peter Blau e Richard Scott e depois dele Henry Mitzberg, Charles Handy e Gareth Morgan, que partiram dos escritos de Weber para estudar as organizações. Esse desdobramento também é chamado teoria das organizações. [MÚSICA] A trilha do pensamento sistêmico é uma linha sinuosa, que corta frequentemente as trilhas das outras escolas. Muitas ideias da escola clássica, da escola da qualidade e da escola estratégica são sistêmicas Mas o enfoque sistêmico ou pensamento sistêmico é uma disciplina com vida e identidade próprias. Com o pensamento sistêmico o campo de visão se amplia, passamos a enxergar totalidades, não apenas componentes isolados, a floresta e não apenas as árvores. Essa é uma imagem frequentemente usada para sintetizar o pensamento sistêmico. O pensamento sistêmico é uma ferramenta para entender e manejar a complexidade, desde que se consiga estabelecer limites ou recortes para a sua observação. Aprender a definir limites é parte do processo de dominar a ferramenta sistêmica. [MÚSICA] Qual é o melhor modelo, enfoque ou escola? Escola da eficiência, modelo japonês, enfoque humanístico, estilo participativo, qual é melhor? Tudo depende. As teorias oferecem aos administradores a possibilidade de escolher entre modelos de gestão ou estilo, cada apropriado para uma situação. O administrador pode andar pela trilha que escolher, dependendo dos problemas a resolver. A expressão contingencial vem do inglês contingent upon ou depende de. Nessa concepção, a estrutura organizacional e o modelo de gestão dependem de variáveis como ambiente, os recursos humanos, a tecnologia e o trabalho a realizar. A teoria situacional estabelece que não há maneira de administrar que seja melhor que outra. A solução, entre aspas, melhor depende do ambiente da organização, da sua tecnologia e de vários outros fatores, resumo, depende da situação. Há diversas teorias situacionais na administração, por exemplo, liderança situacional e o enfoque situacional na escolha da estrutura de organização.