[SEM ÁUDIO] Olá pessoal! Nesta sétima aula do nosso curso, nós vamos falar sobre dos principais golpes de arco, dos primeiros que a gente aprende, que é o chamado detaché. A gente vai ver que os nomes dos golpes de arco geral ou vem do francês ou vem do italiano. Então, o detaché vem do francês, que quer dizer destacado. O que talvez não seja nome mais apropriado, mas enfim é o golpe pelo qual o golpe ficou conhecido. Nós vimos nas aulas anteriores que existem maneiras distintas de se pensar a condução do arco com a variação de posição dos dedos ou não, dependendo da escola que a gente segue, mas independente da escola que a gente siga, o que a gente quer ter é som homogêneo e de qualidade e com várias possibilidades de dinâmica e de timbre todas as partes do arco. De maneira que, se alguém estiver de costas, não vai poder dizer: está tocando no talão, está tocando na ponta, está no meio. Então, o nosso ideal é conseguir esse som. A gente tem que ter como base som neutro, som de qualidade e homogêneo todo o arco. Existem três fatores que vão influenciar a dinâmica e o timbre e a qualidade sonora, que são justamente o ponto de contato, que é justamente a distância que eu posiciono o arco relação ao cavalete. Então, eu posso ter ponto de contato próximo ao cavalete, intermediário ou distante do cavalete. Então, isso seria a nossa primeira variável. A segunda variável tem a ver com o peso ou a pressão que eu aplico sobre a corda. Então, eu posso ter mais peso, posso ter menos peso de acordo com a dinâmica e a região que estou tocando. A terceira variável é a velocidade com que eu conduzo o meu arco. Então, eu posso ter arco lento, eu posso ter arco na velocidade média ou arco bastante rápido. Então, a combinação dessas três variáveis é bastante complexa e, quanto mais eu experimento com elas, mas eu vou ter uma variedade de sons e vou saber adequar as três variáveis para uma determinada dinâmica, para determinado tipo de som que eu quero conseguir. Então, começando com o detaché, idealmente eu quero justamente ter essa homogeneidade, como eu falei, o som aqui na ponta, no talão, no meio, tem que ser o mesmo tipo de sonoridade e como é que eu vario isso? Princípio, quando o Simon Fischer, que é dos outros teóricos, o terceiro teórico que a gente baseia esse nosso curso, ele fala cinco faixas de pontos de contato, como vocês podem ver nessa figura que aparece agora na tela. Então, vocês veem que, na primeira posição, ele mostra que as cinco faixas de contato estão bastante espalhadas aqui ao longo. À medida que eu vou subindo nas posições, elas vão ficando contraídas. Então, como é que isso vai funcionar? Próximo ao cavalete, a corda tem bastante resistência, então eu preciso de peso para fazer a corda vibrar. Se eu tentar tocar aqui perto do cavalete sem peso, eu vou ter esse som metálico, com essa característica. Então, eu teria que colocar pouco mais de peso para tirar som de qualidade. Da mesma maneira, próximo ao cavalete, eu preciso de uma velocidade pouco mais lenta, porque, mesmo se eu colocar certo peso e puxar o arco muito rápido, ele vai apitar, vai soar metálico. Então, essa faixa próximo ao cavalete seria uma faixa que eu uso mais peso e pouca velocidade de arco. Então, se a gente imaginar como faixas de uma rodovia, na primeira faixa aqui é a faixa dos caminhões, que eles andam mais devagar e com bastante peso, e a faixa número cinco é o oposto dessa. Se eu aqui aplicar muito peso, o som raspa, ou, mesmo que eu use pouco peso e o arco for muito devagar, ele também raspa. Então, aqui no extremo eu preciso de pouco peso e maior velocidade de arco para tirar som de qualidade. E lógico, à medida que eu vou mudando de faixas, eu vou ter que adequar sempre. Eu estou variando o ponto de contato, eu tenho que adequar o peso que eu aplico e a velocidade com que eu puxo o arco. Então, aqui é a faixa dos caminhões pesados, aqui é a faixa dos carros ligeiros e rápidos e isso, à medida que eu vou subindo nas posições, se eu vier tocar aqui numa região mais aguda e tocar, aqui eu não vou conseguir produzir o som, eu tenho que a quinta faixa vem bem mais próxima ao cavalete. Então, fica tudo comprimido. Como exercício eu vou sugerir experimentos para vocês tocarem nas diversas regiões e vou dar uma última dica, que normalmente a gente pensa conduzir o arco paralelo ao cavalete, ao ângulo de toda a entrada, certo? Porém, certas situações, a gente usa uma pequena angulação do arco relação ao cavalete, que é especialmente na situação que eu tenho uma nota muito longa e que eu tenho que sustentar uma arcada longa. Então, para isso, como eu já falei, eu tenho que estar próximo ao cavalete. Para eu manter o arco próximo ao cavalete, eu uso uma pequena angulação para fora, ele não está totalmente paralelo ao cavalete, no arco para baixo, e, no arco para cima, eu inverto. Por quê? Porque o arco se comporta de maneiras distintas quando eu o estou puxando para baixo ou empurrando para cima. No arco para baixo, vamos supor que eu esteja longe do cavalete e eu quero que ele se aproxime do cavalete, se eu fizer o que é instintivo, que é puxar o arco para cá, vai ter o efeito contrário. No arco para cima, se eu estou nessa região e quero aproximar, aí sim vai funcionar. Isso é pela maneira que a corda vibra e et cetera. Mas o importante é saber que, no arco para baixo, se eu quero que ele se aproxime do cavalete, eu tenho que fazer o oposto do que seria instintivo, ou seja, abrir pouco o ângulo e, no arco para cima, aí sim eu faço isso. Como última sugestão de exercício existe exercício chamado som filé, que é justamente isso, você manter o arco muito próximo ao cavalete usando essa pequena angulação. Então, no arco para baixo, você consegue que o arco fique grudado ao cavalete e a mesma coisa no arco para cima. Existem exercícios para você fazer, a arcada de minuto, que seriam 30 segundos, no arco para baixo, e 30 segundos no arco para cima. É bom exercício de controle e para a gente aprender a usar também essa angulação. De novo: isso para situações excepcionais, normalmente a gente quer o arco paralelo ao cavalete, mas isso é uma boa dica também para você conseguir executar essas notas longas, não é? Obrigado e até a próxima! [SEM ÁUDIO] [SEM ÁUDIO] [SEM ÁUDIO] [SEM ÁUDIO]