[ÁUDIO_EM_BRANCO] Olá pessoal, nessa aula de número nove, nós vamos falar sobre o spiccato, que é agora termo italiano que quer dizer destacado, claro, né?! O que é que é o spiccato? É a segunda maneira da gente produzir sons curtos. Então, na aula passada a gente viu o martelé e agora a gente vai ver o spiccato. Seria a segunda maneira quando a gente vê aqueles pontinhos ou aquelas cunhas cima das notas de a gente produzir sons curtos, destacados, bem marcados. Então, o spiccato, ao contrário do martelé, ele é produzido na metade inferior do arco. O martelé na metade superior, aqui né?! E também, ao contrário do martelé, o spiccato é golpe que o arco sai da corda o tempo todo. Ele, na verdade, ele quase, ele só entra contato com a corda determinado momento. Então, o spiccato, ele é uma combinação de dois movimentos. Eu tenho movimento perpendicular à corda, do arco saltando, só que isso aqui produz muito pouco som. Então, para eu ter som junto com esse movimento perpendicular à corda, mais na vertical, eu faço pequeno movimento horizontal que isso faz com que a corda se movimente. Então, passo a passo para a gente entender o spiccato e os seus fundamentos. Então, a primeira coisa é eu localizar onde é o ponto de equilíbrio do arco. Eu já fiz uma marquinha aqui. É, mais ou menos, né?! Então, mas é torno daqui, ou seja, o peso que eu tenho aqui é igual ao peso que eu tenho para lá. Então, se eu vier na quarta corda aqui e apoiar o meu arco bem cima desse ponto, ele não vai querer cair para lá nem para cá. Ele tá equilibrado. Então, esse é bom ponto para eu começar a produzir o spiccato. Então, esse movimento e aí eu faço pequenas oscilações para a direita e para a esquerda torno desse ponto. Primeira coisa importante para a gente pensar, além de localizar próximo a esse ponto de contato. As cordas, elas têm posições distintas. Elas estão ao longo do cavalete. Então, se eu tô na quarta corda aqui tocando com o arco cima do ponto de equilíbrio e eu vier para a primeira corda sem mecher o meu braço, o que é que acontece? Eu não estou tocando mais no ponto de equilíbrio, eu estou tocando mais abaixo do ponto de equilíbrio numa corda mais delicada, mais fina. Então, eu, minimamente, eu teria que fazer uma adequação de deslocar o meu braço mais direção de maneira que o arco venha mais para a ponta, a medida que eu caminho. Junto com isso, isso já vale para o detaché, mas vale aqui também, como eu já disse, na quarta corda a gente tá pouco mais distante do cavalete, na primeira corda, eu tô mais próximo ao cavalete pela espessura da corda, pela resistência que ela cria. Então, se eu quero manter spiccato funcionando vindo da quarta corda, para a terceira, segunda... [SOM] Eu tô fazendo movimento diagonal, vocês percebem. Na verdade, é pouquinho mais, na primeira corda, eu venho mais pra cima do que seria o ponto de equilíbrio para a mesma região. Cada arco é pouquinho diferente, mas... Então, como princípio número eu tenho quarta corda distante do cavalete, mais próximo do talão, primeira corda contrário, mais próximo do cavalete, pouco mais distante do talão. Então, eu tenho essa movimentação diagonal caminhando da quarta corda para a primeira e vice e versa. Então, esse seria o primeiro fundamento. Agora, vamos imaginar que eu já tenho spiccato funcionando. Então, eu tô tocando aqui na terceira corda e eu quero variar a dinâmica desse spiccato. O que é que eu vou fazer? Eu vou, de novo, mecher com o ponto de contato e a região do arco que isso vai funcionar. Então, quanto mais piano eu quiser, mais eu me afasto do talão e do cavalete até eu ter som bem suave e quanto mais forte eu quiser, mais eu me aproximo do cavalete e do talão. Então, se eu quero mudar de dinâmica na mesma corda, eu vou, novamente, a gente vê a importância dessas três variáveis, eu vou mecher com o ponto de contato e com a região e, acompanhado disso, eu vou ter uma maior ou menor pressão que vem da altura com que eu faço o arco pular. Então, no pianíssimo, vocês veem que o arco pula muito pouquinho, sai uns dois milímetros da corda. No mezzo forte, eu tenho já pouco mais, ele sai centimetro e meio a dois centimetros e no fortíssimo, além de eu trazer para o talão e próximo do cavalete, eu saio uns cinco centímetros da corda para tirar esse som para ter mais pressão. Então, isso é importante perceber que para eu tocar forte, não adianta eu movimentar mais nesse eixo, por quê? Porque o arco só tá encontrando a corda ponto. Então, se eu quiser tocar forte, no detaché, isso funciona. Então, eu tô tocando numa certa dinâmica. [SOM] Se eu uso mais arco, eu tenho mais som. No spiccato isso não funciona. Por quê? Porque o arco só encontra ponto. Então, se eu tô tocando, se eu começo a mecher, ampliar nesse movimento, só vai sujar o som. Então, a diferença está na altura com que o arco cai sobre a corda. No pianíssimo, eu tenho uma figura, "u", uma meia lua bem rasinha, no mezzo forte pouco mais aprofundada e no fortíssimo, a componente vertical fica maior e isso aí vai fazer com que eu consiga atingir as dinâmicas. Então, é sempre uma interação dessas três variáveis e isso também dá certo trabalho, por isso que a gente tem que fazer os exercícios que eu tô sugerindo a seguir para vocês irem, gradualmente, encorporando essas técnicas e que isso fique natural, para que você não precise nem pensar, o braço, a mão já sabe direitinho onde ir para conseguir tirar aquele som, aquela dinâmica. Uma outra coisa importante para a gente pensar quando tá tocando o spiccato é a maneira de equilibrar o arco fora da corda. Então, é importante eu ter a mão relaxada para ter certo molejo. Se a mão está muito dura, o som vai tender a ficar agressivo. Se eu consigo ter a mão mais relaxada e, para mim, essa é uma das principais vantagens da escola do Carl Flesch, que usa essa pequena rotação do pulso, eu, com isso, eu consigo ter os dedos mais relaxados sobre a corda e o som fica mais limpo do que dentro dessa outra escola, com os dedos... o som fica mais duro e aqui eu consigo, inclusive, spiccatos de comprimentos diferentes, mais curto, médio, mais longo, isso seria a primeira coisa. Segunda coisa, quando eu mudo de corda fazendo spiccato, é muito importante que eu faça essas mudanças usando o movimento básico número. Por que? Para eu manter o mesmo tipo de... a mesma quantidade de crina. Se eu tô tocando aqui, por exemplo, na primeira corda e eu mudo de corda usando esse movimento, eu tô mudando o tipo de sonoridade. Então, para eu ter uma manutenção da qualidade sonora, eu trago, eu imagino que o meu braço e antebraço estão engessados, porém relaxados, e aí eu vou ter sempre o mesmo tipo de pingo do arco nas quatro cordas. Tá bom? Muito obrigado. [ÁUDIO_EM_BRANCO] [ÁUDIO_EM_BRANCO] [ÁUDIO_EM_BRANCO]