[MÚSICA] Olá! Nessa aula falaremos sobre Estudos Observacionais. Para iniciarmos a conversa, temos que partir da seguinte premissa: é impossível randomizar tudo. Existem questões, como por exemplo, ficar exposto ao sol, usar cigarro, consumir bebida alcoólica em excesso, ficar exposto a radiação ionizante, viver em condições de alta vulnerabilidade social, e dificilmente poderíamos atribuir isso a indivíduos. Entretanto, há pessoas, que por decisão própria, por ineficiência do Estado ou ainda decorrência do acaso, acabam vivendo sob essas condições ou tem essas preferências de vida. Podemos aproveitar essa situação para que possamos agrupar as informações e os dados e orientar políticas públicas de boa qualidade. Os Estudos Observacionais dividem-se em três grandes tipos: estudos de coorte, estudos do tipo caso-controle e estudos transversais. Os estudos de coorte compreendem aqueles em que eu pego uma população exposta e comparo com uma população não exposta, por exemplo, eu vou pegar grupo de fumantes e vou comparar com grupo de não fumantes, vou fazer o acompanhamento dessas duas populações durante um período e vou ver a incidência, a presença de alguma doença nessa população. Se eu fizer isso com boa qualidade eu posso identificar possíveis fatores de risco ou até mesmo características prognósticas de uma população. O segundo tipo de estudo, são os estudos do tipo caso-controle, esse estudo, ele tem a seguinte estrutura: ele parte de uma população doente, ou seja, pessoas que tem uma doença propriamente dita e compara com uma população não doente, que a gente usualmente chama de saudáveis. A partir que eu tenho essa população bem definida, eu vou procurar o que aconteceu no passado dessa população, ou seja, quais foram as exposições prévias. Esse estudo ele tem um problema importante que é o viés de memória, ou seja, eu tenho que recorrer a questões do passado para conseguir fazer algum tipo de aferição. Um exemplo que ocorreu no Brasil em 2015, foi, por exemplo, o Zika Vírus, na época então separou-se as crianças que estavam com microcefalia e suas mães e comparou com os bebês que não tinham microcefalia e suas mães, a partir daí então você identificou se houve alguma anormalidade durante a gestação e viu as diferenças entre os dois grupos. Ao identificar então a presença de sintomas febris algo parecido com a dengue e investigar os diversos tipos associados, descobriu-se então a associação do Zika Vírus com a microcefalia. O terceiro tipo de estudo, são os estudos transversais, são estudos que são utilizados para detectar a prevalência de uma doença na população. Esses estudos tem a seguinte estrutura: a partir de uma amostra bem definida e bem delineada, eu vou fazer a entrevista com o indivíduo, eu vou fazer aferições sobre o seu estado de saúde, uma única vez. Esse estudo consegue estimar, por exemplo, a prevalência de depressão na população que está em torno de dez por cento. Nessa aula nós apresentamos três estudos observacionais, os estudos de coorte, os estudos do tipo caso-controle e os estudos transversais. A ausência da randomização exige a utilização de técnicas estatísticas mais avançadas para controlar os fatores de confundimento. Conheça os principais tipos de delineamento e suas aplicações para fazer uma melhor tomada de decisão em saúde. Até mais. [MÚSICA] [MÚSICA] [MÚSICA] SEM_ÁUDIO]