[MÚSICA] [MÚSICA] [MÚSICA] Eu agora vou conversar com a Maria Eduarda dos Santos Puga, bibliotecária, diretora da coordenadoria de redes de bibliotecas da Universidade Federal de São Paulo, a UNIFESP, e é especialista informação do Centro Cochrane do Brasil. A Maria Eduarda elabor a e conduz estratégias de busca de revisões sistemáticas da literatura e vai compartilhar pouco dessa experiência com a gente, obrigada pela sua disponibilidade, Duda. Obrigada, eu que agradeço, Tais, a oportunidade de participar e também de incentivar os alunos a buscarem mais e buscarem de forma correta. Eu faço isso há 18 anos na Cochrane. Então, é sempre bom contar com essa experiência, a Duda foi a minha professora no mestrado, não é, Duda? Eu aprendi a fazer busca com a Maria Eduarda, então, eu sou muito grata por essa sua disponibilidade compartilhar o conhecimento já desde muitos anos. Obrigada. Então,qual é o maior desafio que você encontra quando recebe uma demanda, um pedido de ajuda para elaborar uma estratégia de busca? Eu acho que quando o aluno chega para fazer a sua pesquisa, a sua busca, hoje a gente tem a seguinte dificuldade que eu tenho percebido muito, com alunos de graduação, pós-graduação e a gente tem até feito trabalho aqui na universidade sobre mudar a questão das boas práticas de pesquisa desse aluno. O que é? Hoje a gente tem uma geração que é uma geração Google, que busca tudo no Google, não que o Google seja uma ferramenta ruim, não, ela é ótima, porém, ela não é a ferramenta adequada para você iniciar a sua pesquisa científica e o que ocorre é que a pessoa nem mal formou sua pergunta ela não fez uma busca nas bases de dados, de forma geral, para que ela tenha uma visão global daquilo que, de fato, existe sobre aquele assunto. Vou dar exemplo para ficar bem claro, eu atendi aluno que ele queria fazer a pesquisa dele, quando ele chegou à biblioteca ele disse "eu quero fazer uma revisão sistemática sobre a atuação da fisioterapia para lesões do manguito rotador" e eu disse "você já levantou sobre esse assunto? você já leu alguma coisa?", " eu li alguns artigos, mas eu não fiz nenhuma busca", nenhuma busca científica, nas bases de dados oficialmente científicas, ainda que seja uma busca simples. Na hora eu já procurei fazer uma busca com ele e nós identificamos 189 revisões sistemáticas sobre o assunto, então isso significa que ele não precisaria fazer, novamente, uma revisão sistemática, mas sim construir, então, a partir daí overview dessas revisões, daquilo que funciona fisioterapia para manguito rotador. Então, assim, as pessoas têm a ideia, elas têm pouco da pergunta e elas chegam lá na biblioteca sem ter lido nada, sem ter buscado nada, porque esta prática, esta habilidade de buscar nas bases de dados científicas se perderam nos últimos anos pela facilidade do Google, então, o aluno ele vai lá, ele conversa com o professor, com o orientador e ele mesmo busca no Google e ele acha que ele já teve, então, uma visão global daquilo que ele precisa e isso tem atrapalhado, e muito, a qualidade das pesquisas, porque muitas vezes ele não é orientado a fazer busca nas bases de dados científicas oficiais. >> Uma coisa que a gente repete aqui no nosso curso é que se a gente quer revisar literatura, precisa existir literatura, né? E você precisa ser íntimo dessa literatura, então acho que vale a pena você, enquanto bibliotecária, também trazer isso, que não adianta você chegar para a bibliotecária e pedir que ela faça uma busca e você ainda não se apropriou daquele assunto e aí eu acho que tem a ver com essa minha segunda pergunta que é sobre o que você sente de deficiências na elaboração da pergunta ou amadurecimento do projeto quando recebe uma demanda. >> Sim, como eu citei anteriormente, o start da pesquisa, que ela seja científica, de forma a ele se apropriar de alguns artigos básicos e ter até cenário, faz com que ele formule uma melhor pergunta. Quando eu tenho uma pergunta mal formulada, a pergunta é que vai gerar estratégia, então se eu já errei na pergunta, se eu não formulei ela adequadamente, a minha estratégia já está errada, então se eu errei a pergunta e eu errei a estratégia, ou seja, eu errei tudo e muitas vezes esse tudo ele está lá qualificando o trabalho e ele tem que voltar para refazer todas as suas buscas para poder constar lá, então, no seu estudo. Às vezes, né Tais? Estudos importantíssimos centrais e chaves, que deveriam estar na revisão sistemática, escapou porque ele não formulou adequadamente a sua pergunta e aí não formulou adequadamente sua estratégia. >> Exatamente. E qual é a sua opinião sobre isso? Mais uma pergunta, até provocadora, Duda. Dá para a gente ter uma busca sistemática uma revisão que não é sistemática? >>É, importante saber que a busca não é sistemática, aí é que há as contradições e os termos que as pessoas utilizam de forma errônea, a busca que a gente realiza para a revisão sistemática, ela se chama de alta sensibilidade, então a revisão é sistemática, mas a busca é de alta sensibilidade, isso é diferente e aí o que é que a pessoa acha? Que ela realizou só a busca de alta sensibilidade, já é ser sistemático, porque a busca não é sistemática, a busca ela é abrangente, porque ela não tem limite de tempo nem de língua, ela tem quatro bases mínimas obrigatórias e ela tem alta sensibilidade em todas as linhas da pergunta. Então, aí é que está a confusão, então a pessoa acha, porque ela revisou uma estratégia de alta sensibilidade, ela já está sistemática e aí ela subentende que ela não precisa fazer as outras etapas na realização da revisão sistemática. Eu peguei muitos trabalhos, aqui, dessa forma. Então, a pessoa diz que ela fez uma revisão sistemática, não, ela fez uma busca de alta sensibilidade, mas ela não fez o restante. >> Exatamente. >> E aí ela acha que aquela sensibilidade e as estratégias serem abrangentes já é ser sistemático. >> Exato. >> Isso é erro grave e
ver professores reproduzindo isso. Inclusive, eu já vi pessoas dando aula de revisão sistemática falando sobre isso. >> Exato. >> Então, assim, isso está muito errado, é importante que a gente tenha esse esclarecimento. >> É, eu acho que é uma outra coisa que a gente também pondera, é que assim também a gente tem, com a pesquisa de revisão sistemática, a gente querendo ou não tem uma pesquisa de menor custo, enfim, e a gente tem muita coisa escrita, tem muitos roteiros, muitos guidelines, muitas ferramentas que ajudam a gente, o autoaprendizado, mas por outro lado isso pode gerar várias deturpações da pessoa não ter o treinamento adequado, fazer uma interpretação errada daquele método e sair aplicando e isso na busca a gente também observa. Qual seria uma boa forma de testar uma estratégia de busca? Verificar se ela é sensível, se ela é específica, quais são as suas recomendações? >>Na verdade, primeiramente, se ele fez aquela busca prévia, como eu disse, lá no início, quando ele tá formando a pergunta, naquele momento, ainda que na busca avançada ou na busca simples, ele identificou alguns textos que eles são extremamente importantes, significativos para aquela pergunta e ele abriu para ver como aqueles termos são indexados e compôs isso na estrutura da sua pergunta para o desenvolvimento da estratégia, quando ele roda a estratégia de alta sensibilidade, ele já verifica a identificação desses artigos. Porque muitas vezes eu tenho o artigo mão, ele é importantíssimo, mas quando eu faço a alta sensibilidade, ele não consegue ser identificado. Entendeu? >> Sim. >> Por quê? Porque, na verdade, ele usou termo de busca anteriormente e ele não fez essa abrangência do assunto quando ele transcreveu para o pico, problema, intervenção, controle, desfecho, na estratégia de alta sensibilidade e isso é uma falha, é a primeira coisa que eu identifico. >> Eu chamo, Duda, desculpa te interromper, eu chamo de artigo sentinela, a gente saber que aquele artigo ele tem que vir na minha busca, então, se ele não tá vindo, para, volta. >>E isso tem a ver com o vocabulário. Aquele artigo é indexado com vocabulário controlado, específico, e ele precisa ser identificado. E esse 'checklist', com a sua estratégia de alta sensibilidade, com todas as linhas, ele precisa estar contemplado a aquele assunto lá dentro; senão ele nunca vai pegar mesmo. Por quê? Porque muitas vezes, né Taís?! Eu acho que é uma falta de experiência mesmo, do próprio aluno, que, como eu disse, só faz busca no 'Google'. Então, ele não tem nenhuma relação com vocabulário controlado. Ele ouve falar, mas ele tem muita dificuldade de identificar o vocabulário. Isso é muito comum. E aí, eu acho que sim, ele pode procurar bibliotecário para auxiliá-lo como ele identifica a terminologia correta para compor. E isso, ele compor, lá na pergunta dele, os termos corretos, contemplar aquilo que ele já verificou que está faltando. Agora tem erro muito constante nas estratégias. É que ele identifica o vocabulário oficial, ele leva para a estratégia, mas ele não leva como vocabulário oficial, porque ele deixa de levar, entre aspas, colchete. Ele só leva o termo escrito. E dentro da Cochrane, você levá-lo oficialmente mais os sinônimos. Isso é fator de checklist. Ele acha, copia inglês, mas ele não leva como termo oficial. Aí ele perde muitos artigos que estão indexados com aquele assunto. >>Exatamente. >> Esse é erro muito comum. >>E o que você acha da iniciativa 'PRESS', que é o "Peer Review of Electronic Search Strategies", para, justamente, revisar e melhorar a qualidade das estratégias de busca? >>A Cochrane já adota o Peer Review há mais de 8 anos. Então, coloco o Cochrane da Espanha, onde eu estive presente. Inclusive, o trabalho que eu apresentei lá, eu utilizei o PRESS. E, também, utilizei outro checklist da Cochrane que se chama MECIR, para a avaliação das estratégias de busca nas revisões sistemáticas que apareciam na base de dados da LILACS. Principalmente, nas revisões sistemáticas que existiam na BVS, que estavam identificadas como revisões, primeiro lugar e aí a gente só foi, exatamente, no checklist, até a estratégia. Mas todo mundo não levava a sério, essa questão do Peer Review Estratégico; e eu não sei no resto do mundo, assim. O que eu pude identificar é que no Brasil, as pessoas não levam muito a sério a questão da estratégia. Eles querem fazer revisão sistemática, mas eles querem pular a etapa da estratégia. E quando eu dou a minha aula, eu digo que a estratégia não é algo que eu perco tempo, mas que eu ganho tempo, porque eu visto o tempo suficiente para que eu tenha certeza de que eu fiz a cobertura total. >>Exatamente >> Agora, recentemente, no capítulo 4 do novo handbook da Cochrane, ele obriga, já não é mais convite. Há oito, nove anos atrás a Cochrane convidou a utilizar o Peer Review. Agora é obrigatório, então, além do 'Information specialist', você tem a obrigatoriedade de ter Peer Review das estratégias envolvidas daquele Cochrane, ou daquele grupo. >> E que eu acho que é exatamente, acho que é algo que traz, a gente ganha nisso, mas é reconhecimento, principalmente, que a estratégia de busca, ela é uma etapa que envolve tentativa, erro, ciência, arte, a experiência da pessoa. Então, ter olhar externo de uma outra pessoa que também é experiente, eu acho que faz toda a diferença, para minimizar os erros. >>Eu acho que, lógico, tem os fatores envolvidos da formação do aluno e ele. Bom, hoje a gente tem o problema 'Google', mas, anteriormente, as buscas eram ensinadas de uma forma até errônea. Então, até o momento que nem tem se utilizado de buscar base de dados. A gente chegou no ponto mais perigoso para a pesquisa, de não se utilizar das bases de dados. E, também, do desaconselhamento de uma estratégia que você prime por ela. A Cochrane, lógico, tem uma metodologia, acredito, a mais rígida do mundo relação a isso. Então, ela cobra essa postura enquanto que as outras metodologias não obrigam; não há a questão do Peer Review. Mas eu, na época do trabalho que eu publiquei usando o PRESS, no momento do congresso da Cochrane, eu sugeri que os editores brasileiros adotassem para que eles difundissem aquilo que eles recebem como artigo científico. Porque são coisas assim graves. Porque eu penso que se a pessoa errou a pergunta, né Taís?! >>Sim. >> E ela errou a busca, então ela errou tudo né? >> Sim. Nossa! Não dá para ter uma revisão sistemática se a gente não tem certeza que recuperou o mínimo que seria elegível. E aí, Duda, que sugestões que você daria para os nossos alunos, tanto os que são da área de biblioteconomia como os que não são, enfim, que são interessados aprender pouco mais sobre estratégia de busca, estratégia de busca com foco na revisão sistemática? Que dicas você daria para essas pessoas se aprofundarem pouco? >>A primeira dica é uma das habilidades que os alunos precisam desenvolver é conhecer como as ferramentas estão organizadas e como elas se comportam. Eu costumo falar isso na minha aula. É como se ele comprasse uma televisão, na hora que faz o gol, a televisão dá uma pirueta. Mas se ele não configurar a televisão para no momento do gol ela dar pirueta, ela não vai dar. Ela vai fazer a mesma função que uma televisão comum. Pensando estratégia, se ele desconhece o uso daquela ferramenta, adequadamente, como o vocábulo dela é construído, como eu posso extrair de lá os limites da ferramenta e etc... Como ele não tem essa habilidade,
imagine a habilidade para fazer o desenvolvimento da estratégia de alta sensibilidade. Eu acho que o primeiro passo é voltar com ele a aprender a buscar a busca simples. O que é uma busca simples? É uma busca de Google. Então, toda ferramenta de busca tem a caixinha simples que eu digito uma palavra e ele vai trazer um universo. E aí se você pensar na área de saúde, vai vir universo mesmo. A ferramenta tem os recursos do vocabulário, todas têm vocabulário controlado. Então, o ideal é que ele aprenda a fazer busca avançada, porque ele vai se apropriar dessa habilidade, da identificação dos vocabulários e ele vai aprender, então, a buscar e construir a estratégia melhor. Porque hoje, Taís, ele quer fazer revisão sistemática, mas ele não sabe nem usar a ferramenta de forma simples. >>Sim. E por mais que a gente tenha à disposição o bibliotecário que possa fazer e revisar. Mas eu acho que para uma pessoa que está fazendo a revisão sistemática, ele tem que ter uma certa autonomia e independência, porque, às vezes, ele detecta problema, ele precisa corrigir. E se o tempo inteiro, ele não tem essa autonomia, ele não desenvolveu essa expertise, a revisão fica comprometida. >>Fica. E como que você pode dizer que aquela pessoa é habilitada, tem habilidades suficientes para o desenvolvimento de uma revisão sistemática, se ela não consegue nem sair da primeira etapa- que é a formação da pergunta- para a segunda, que é a formação da estratégia. Eu, para mim, vejo isso como muito grave. Agora, aqui na universidade, a gente tem trabalho de uma bibliotecária que ela levantou o que a gente chama de competências informacionais. E a competência não é porque a pessoa é incompetente, ela não desenvolveu habilidades informacionais. E quando ela pegou esse instrumento que é internacional, utilizado pelas maiores universidades do mundo, ela aplicou nos alunos, mas ela aplicou nos docentes também. Quando o docente não tem habilidade, é difícil o aluno ter habilidade. Então, eu acho que a gente precisa fazer trabalho. Porque, veja Taís, a gente tem docentes que tem uma faixa etária mais elevada. Você é jovem. [RISOS] Então... Você é jovem, mas a gente tem docente com 70 anos, 75 anos, que ele buscava o índex médico papel. >> Sim. Outra realidade. >> Tem uma dificuldade enorme com as ferramentas de busca. E ele fica dependendo, inteiramente, do bibliotecário. E a maioria dos bibliotecários conseguem fazer uma busca simples, avançada, mas ele tem uma dificuldade de entendimento, não porque não saiba fazer. Ele não entende o porquê utilizar uma estratégia de alta sensibilidade. Até porque ele não é formado para isso, ele é formado exatamente para o contrário, para fazer buscas muito específicas. >> Específicas e pegar coisas bem pontuais. >>Exatamente. Então, quando ele entende o porquê da alta sensibilidade para que você tenha certeza de que você não perdeu, absolutamente, nenhum estudo; e que com essa completude de você ter buscado tudo, você diminuiu as incertezas na tomada de decisão de profissional de saúde. Ele passa a entender e a fazer também. Mas é a gente não tem a formação hoje, até porque. Hoje que é o dia do bibliotecário. 12 de março é dia do bibliotecário. O bibliotecário, no Brasil, ele se forma bibliotecário e se especializa uma área. E foi o meu caso, então, eu já trabalhava na faculdade de medicina de Marília e quando eu me formei- há vinte anos atrás- eu vim para São Paulo, fiz a especialização, mestrado e doutorado saúde baseada evidências. No resto do mundo, você tem farmacêuticos, médicos, advogados, bibliotecários. Quem trabalha lá na National Library of Medicine, no Medline, são duzentos médicos bibliotecários que fazem a indexação dos artigos. Essa diferença de formação faz com que o bibliotecário no Brasil não consiga dar esse suporte que a gente gostaria que fosse dado de uma maneira geral. Com certeza, se ele entender a importância, eu acho que eu gosto muito que as pessoas entendam porque elas estão fazendo aquilo; não de forma automática. E ai ela, com certeza, ela vai se desenvolver sempre. >>É verdade. Bom Duda, muito obrigada. Parabéns pelo dia do bibliotecário. Por acaso, estamos gravando hoje no dia do bibliotecário, então, parabéns e muito obrigada por esclarecer tanto, enriquecer tanto com a sua experiência e a com a sua disposição, também, ajudar. Eu acho que isso é o mais legal da sua carreira e do seu exemplo na área. Ok. Obrigada, Taís, pelo convite. Fico à disposição para o que você quiser, até discutir. Lógico que, também, o seu vídeo vai estar propagado aí. E eu acho que é importante dizer que hoje o portal de periódicos capes assinou o EMBASE para todas as universidades de saúde. E nós passamos mais de 18 anos sem ter essa assinatura para as federais. As estaduais tinham essa assinatura, mas as federais não tinham. E hoje toda escola que tem saúde no Brasil, tem acesso a essa base obrigatória. É importante divulgar. Então, eu já convido os seus alunos a conhecerem o EMBASE. Sim. Nós mencionamos isso e acho que é grande ganho, ganho da área mostrando que essa área de metaciência, de busca, ela precisa de ferramentas, então, é algo, realmente, que a gente tem que enfatizar. Eu vejo também, como uma vitória do campo, então, é algo para a gente ficar feliz e comemorar. Muito obrigada, Duda. Tchau! Beijo. Tchau. Outro. [MÚSICA]