[MÚSICA] A vida como a conhecemos hoje na terra é espetáculo que assistimos praticamente todos os ambientes conhecidos pelo homem. Mas do que ela depende? Ela é o resultado das condições e recursos disponíveis, e da interação entre os seres vivos. Portanto, todo ser vivo, se está vivo, é porque o seu sucesso foi garantido pela adaptação a todos esses fatores. Essa é a nossa casa, o planeta Terra, desfile exuberante do espetáculo da vida, que habita cenários completamente diferentes e lindos. Vamos viajar? Embarquem comigo. O Ártico está muito frio, faz menos 30 graus Celsius, tem pouca água, chove pouco e o solo é congelado. Parece deserto gelado, mas vejam a tundra, há muitos musgos e gramíneas alguns arbustos, árvores anãs e liquens, alguns ursos, lobos e raposas. Pena que não é verão, porque poderíamos ver alguns visitantes como aves, caribus e renas. Agora já vemos a taiga, linda, mas continua muito frio. O inverno é rigoroso, a temperatura chega a menos 50 graus Celsius, mas no verão é mais quente, chega a 20 graus Celsius. Apesar da água ainda ser pouco disponível, vemos pinheiros, abetos, herbáceas e arbustos. Que lindas as aves migratórias! Os residentes são ursos pardos, tigres siberianos e uma variedade de insetos. Sim, já vemos insetos. Opa! Aqui já é mais quente, são florestas temperadas. É certo que no inverno chega-se a zero grau Celsius, mas no verão chega a trinta e cinco graus Celsius. Chove mais, mas no inverno a água congela no solo. Que lindo, majestosas faias, nogueiras, sequoias e carvalhos. Também tem abetos e pinheiros. Algumas árvores perdem suas folhas no inverno pra economizar a água. Também dá pra ver outras plantas mais baixas, herbáceas e musgos no solo. Quantos animais, ursos, esquilos, veados, lebres, linces, lobos, doninhas, raposas, insetos e aves, como a coruja e as águias. É lindo. Olhem, que maravilhoso o campo. São as pradarias temperadas, aqui o inverno é muito frio e seco, chega a menos 10 graus Celsius, mas o verão é quente, mais 30 graus Celsius. E úmido, as gramíneas e arbustos dominam, muitas espécies têm adaptação pra tolerar a seca e o fogo. Olhem o desfile de pastadores, cavalos e bisões. Escavadores como cães da pradaria e roedores. Este é tipo especial de campo tropical, na África chamam-se savanas, no Brasil, cerrado. Tem periodo de estiagem longo. Vejam o cerrado. São lindos chapadões, com pequenas árvores retorcidas pela ação do fogo e dispersas meio a tapete de gramíneas e arbustos. No verão tudo é muito verde. No inverno o capim seca, quase todas as árvores e os arbustos trocam a folhagem. Mas mesmo no auge da seca fica algum verde. Tudo aqui tem adaptações para a economia de águe e também para o fogo. Como o solo é profundo, há arvores com raízes de até 20 metros. Muitas plantas têm suas estruturas para reprodução e dispersão guardadas abaixo do solo, mesmo depois do fogo, nas primeiras chuvas, florecem e o cerrado vira jardim. A flora é riquíssima, talvez somente superada pela das florestas tropicais. Vemos insetos, cobras, lagartos, aves. Aves majestosas como a ema, e outras tantas como urubus, araras, tucanos, papagaios e gaviões. Há também tatus, tamanduás, veados, antas, lobos e onças. Qua fauna, não? Nossa! Chegamos ao lugar mais quento do planeta, a região tropical, as temperaturas chegam a 29 graus Celsius. São imensas florestas. Há energia abundante e há chuvas também. Olhem a floresta, parece que tem andares, são os estratos. Na camada superior, árvores gigantes que chagam a mais de 65 metros de altura. Depois vem o dossel, mais diverso, com árvores até 35 metros e outra camada até de 10 metros. Abaixo, arbustos e herbáceas, toda a floresta é coberta com epífitas, plantas que crescem sobre outras. São bromélias, cipós, lianas, samambaias. O dossel é tão fechado, que existe competição entre as plantas pela luz. É aqui que se encontram os mais elevados índices de biodiversidade do planeta. A Amazônia é desfile, macacos, onças, tamanduás, esquilos. peixe-boi, e botos, morcegos e os mais variádos répteis e anfíbios e peixes, uma imensa coleção de peixes. Nas águas amazônicas estão 85% das espécies de peixes de toda a América do Sul, e mais de 50% de todas as aves são da Amazônia e Indonésia. Chegamos aos desertos. Eles têm aparência seca porque chove pouco. Podem ser frios se próximos aos polos, com temperaturas de até menos 30 graus Celsius, ou quentes, nas regiões tropicais e subtropicais, que podem chegar a 50 graus Celsius de dia. À noite, porém, o solo descoberto perde calor rápido, e pode esfriar muito. São vastas áreas de solo descoberto. Às vezes aparecem algumas plantas suculentas que armazenam água, ou cobertas de espinho, adaptações para evitar a perda de água e predadores. Todos aqui precisam resistir a esse ambiente inóspito. Os animais são lagartos, serpentes, escorpiões, formigas, besouros, aves migratórias e residentes, e roedores. A água, o provável berço da vida do planeta. Como todos os ambientes a vida se faz presente escala macro e microscópica, e locais que jamais poderíamos imaginar encontrá-la. Nesta simples gota de água encontramos uma variedade das mais belas formas e arquiteturas. Pertencem ao plâncton, ou seja, da superfície e da profundidade de água que a luz consegue penetrar. Estes formam o fitoplâncton, organismos microscópicos, capazes de produzir alimento pela fotossíntese. Já estes, pertencem ao zooplâncton e não fazem fotossíntese, se alimentando do fitoplâncton e da matéria orgânica da coluna de água. Viram que montamos o início de uma cadeia alimentar? Se avançarmos, teremos mais organismos que se alimentam uns dos outros numa imensa teia que sustenta a vida. Nos mares rasos e águas quentes dos trópicos encontramos esse cenário deslumbrante. Algas, esponjas, corais, crustáceos, peixes e outros, vivendo recifes, numa explosão incrível de vida. Chegamos a águas mais profunfas e encontramos trânsito de organismos que viajam pelos oceanos. É a região nectônica. Peixes cardumes ou solitários, mamíferos gigantes como as baleias. Esta é a jubarte. E golfinhos como a orca, o maior golfinho que existe. No mar mais profunfo, a luz é rara ou nenhuma e a temperatura é baixa. Esta é a zona bentônica. Fossas abissais, a temperatura pode chegar a menos três graus Celsius, não há fitoplâncton por falta da luz. Então os produtores são as bactérias quimiossintetizantes, ou seja, organismos que produzem alimento a partir de reações químicas de substâncias do meio. Olhem, organismos que participam da decomposição do fundo e da ciclagem de nutrientes. Invertebrados como os que se alimentam de detritos, ou crustáceos como o camarão. Outros têm adaptações para o escuro e frio, peixes, lulas. Esta é a gigante Architeuthis. É mundo fascinante. Isto é uma fumarola, onde a água é mais quente, são fontes hidrotermais. Como poderíamos imaginar existir vida nesse lugar? Que habitantes estranhos. A água sai a mais de 100 graus Celsius. São organismos adaptados a este extremo. Que maravilhoso. Chegamos à Antártica, que muito chamam de ''A Ultima Fronteira da Terra''. É uma das regiões mais inóspitas que existe no planeta. É permanentemente congelada. A pobreza da vida terrestre contrasta com a abundância da vida nos mares austrais, e se acentua quando chega o verão com longos períodos de luz. Nessa época, tanto o oceano antártico como a orla recebem a visita de grandes quantidades de mamíferos e aves busca de locais protegidos para procriação e alimentação fornecida pelo mar. Aí se torna o lar de aves como pinguins e albatrozes, e mamíferos como baleias e focas. O krill, pequeno crustáceo, é o alimento mais requisitado por várias espécies de peixes a lulas, baleias, pinguins, focas e outros. Mesmo extrema e inóspita, a Antártica é irreverentemente maravilhosa e incrível, não? Gostaram da viagem? Sejam bem-vindos ao estudo de sua majestade a vida. [MÚSICA] [MÚSICA] [MÚSICA]