[MÚSICA] [MÚSICA] Olá, tudo bem? Até esse momento do curso, a gente explorou mapas que você fez sozinho. E representar bem o próprio conhecimento, já é muito útil, não é mesmo? Porém, dá para ir mais longe e fazer coisas mais interessantes. Nesse vídeo, eu vou te mostrar como os mapas conceituais podem ser utilizados para potencializar atividades colaborativas. Para isso, nós precisamos entender quais são as etapas da colaboração. Eu sei que a colaboração é assunto muito estudado a partir de várias perspectivas. Há vários modelos para descrever os eventos que ocorrem durante o processo colaborativo. O que eu vou fazer é escolher, por minha conta e risco, modelo simples que permita explicar por que os mapas conceituais ajudam as atividades colaborativas. Ainda que existam outras maneiras de representar a colaboração, nós vamos usar as três etapas da construção colaborativa de conhecimento. A primeira etapa se chama externalização. Ela é marcada pela seleção e organização dos conhecimentos relevantes para a execução da tarefa grupo. Seguida, ocorre a elicitação. Que é marcada por perguntas e respostas entre os participantes. Essa discussão tem como ponto de partida os conhecimentos organizados na externalização. É durante a elicitação que o grupo pode ter grandes sacadas que é o que eu chamo de insights criativos. A busca por consenso acontece no final da colaboração, quando o grupo toma decisões para entregar o produto que justificou a colaboração. Esse momento costuma ser quente, por que é preciso escolhas convergentes a partir de ideias oferecidas pelos integrantes. Vamos usar exemplo de colaboração para ilustrar melhor as etapas que eu mostrei no slide anterior. Começo a apresentação do meu exemplo com a seguinte pergunta: Adivinha o que será discutido pela sua família no almoço do próximo domingo. Sim, você acertou. Esse será o tema do meu exemplo. Imagine que vocês vão conversar sobre a ceia de Natal com o objetivo de decidir onde ela acontecerá, qual será o cardápio e quem vai preparar cada dos itens do cardápio. A chance de sucesso de qualquer reunião aumenta quando as etapas da construção colaborativa de conhecimento são observadas. Nós começamos bem, nesse caso, por que a reunião descreve com clareza os objetivos a serem alcançados pela sua família. Saber exatamente as expectativas que cercam uma reunião é fundamental para direcionar a etapa de externalização. Uma vez que você precisa selecionar e organizar os conhecimentos e as informações relevantes para a reunião. Eu represento nesse slide todos os seus conhecimentos de forma esquemática usando círculos azuis identificados com as letras de A até G. É durante a externalização que você filtra tudo isso para levar na reunião somente o que é relevante. O círculo azul escuro com a letra A representa o produto da sua externalização. Outras palavras, somente essa parcela do seu conhecimento será útil para as discussões sobre a ceia de Natal. A elaboração de mapa conceitual e individual é uma das formas mais eficientes para a gente selecionar e organizar as nossas próprias ideias. Ele nos ajuda a manter o foco necessário durante esse processo de filtragem que é marcado pelo pensamento convergente. Nós começamos com muitas ideais e precisamos convergir para aquilo que será realmente útil. Como todos os integrantes da sua família se interessam pela ceia de Natal, é plausível supor que todos fizeram o mesmo esforço que você. Por isso, as conversas do almoço de domingo começam de forma informada, ou seja, ninguém foi pego de surpresa por assunto introduzido cima da hora, todos tiveram a chance de se preparar e fizeram isso durante a etapa de externalização. Quando isso acontece as discussões são animadas por que nem todo mundo pensa exatamente a mesma coisa sobre a ceia de Natal. Ainda que o tema seja o mesmo, as preferências individuais são diferentes e merecem ser apreciadas pelo grupo. Note que os círculos com a letra A agora possuem cores diferentes para representar as idiossincrasias de cada. Você continua sendo representado pelo círculo azul escuro localizado na parte superior. Nessa etapa da colaboração ocorre a elicitação de conhecimentos e ideias que não haviam sido externalizados. Isso ocorre através de jogo de perguntas e respostas que marca essa fase da colaboração. Geralmente, alguém nos faz uma pergunta que nos leva a pensar sobre algo que havíamos esquecido. As perguntas feitas por outras pessoas são fundamentais nesse processo. O que explica o valor dos processos colaborativos. Os grupos que funcionam bem são formados por pessoas comprometidas que se preparam para as reuniões e participam ativamente nesse jogo de perguntas e respostas. É durante essa fase da colaboração que surgem os insights criativos. Por que nesse momento o grupo valoriza as diferenças e o pensamento divergente. É normal a gente perder a noção do tempo quando as discussões são interessantes. Isso demonstra o valor que o grupo dá às ideias de cada membro, fazendo com que a gente se sinta parte do grupo. Porém, é preciso lembrar que a sua família precisa definir algumas coisas sobre a ceia de Natal. E é nesse momento que o líder do grupo entra ação para redirecionar os rumos da reunião. A sensação não é das melhores, pois termina a fase animada de perguntas e respostas e começa a busca por consenso. Esse movimento marca a volta do pensamento convergente, que agora deve ser construído por todos os integrantes do grupo. Colocando outras palavras, será preciso filtrar as melhores ideias apresentadas durante a elicitação. Nesse slide eu vou ilustrar o resultado da reunião quando há baixa sinergia entre as pessoas do grupo. Eu sei que esse não é o caso da sua família, mas é uma situação comum quando lidamos com reuniões escolares ou profissionais. A busca por consenso levou o grupo a pensar da mesma forma que dos seus integrantes. Nesse caso específico, toda a sua família estaria pensando como você. E a ceia de Natal seria exatamente como você havia imaginado antes da reunião. Veja que as ideias que você selecionou durante a externalização prevaleceram e o consenso do grupo não se beneficiou das contribuições dos demais participantes. É como se o resultado da reunião fosse o mapa individual que você fez e levou para o almoço de domingo. Esse consenso acontece quando dos participantes de uma reunião manda enquanto os outros obedecem. Se esse exemplo for fiel ao que acontece na sua família, a gente acabou de descobrir quem é que manda aí na sua casa. Será que eu acertei? Para ser sincero eu acho que esse slide representa melhor o consenso obtido após o almoço de domingo. Veja que nesse caso, todos os participantes estão representados com uma nova cor. O vinho não é uma cor presente na externalização nem na elicitação. Então, o que exatamente ele está representando? A cor vinho representa as decisões da sua família sobre a ceia de Natal que foram produzidas a partir da combinação das contribuições individuais dos participantes. Aqui dizemos que a sinergia entre todos é alta e que o produto obtido é efetivamente do grupo. Podemos supor que o resultado da reunião é mapa conceitual colaborativo feito pelo grupo. Sendo difícil identificar as contribuições individuais de cada. Na situação de baixa sinergia o produto obtido era seu e a reunião serviu basicamente para comunicar as suas ideias aos demais. As perguntas e respostas não foram suficientes para gerar algo genuíno do grupo com valor suficiente para mudar o seu jeito de pensar sobre a ceia de Natal. Certamente todos nós preferimos participar de grupos que funcionam. Ou seja, grupos marcados pela alta sinergia entre os integrantes. Devemos ter mente que o bom planejamento do processo de colaboração ajuda muito a engajar as pessoas e esse é o primeiro passo para desenvolver grupos que funcionam de verdade. Vamos terminar revendo os principais pontos que nós discutimos nesse vídeo. O processo de colaboração tem três etapas diferentes que podem ser potencializadas quando usamos mapas conceituais. A externalização é marcada pela seleção e organização das nossas próprias ideias, e por isso a elaboração dos mapas conceituais individuais antes da reunião é algo muito útil. A elicitação é jogo de perguntas e respostas que marca a parte inicial da reunião. A preparação de todos para discutir mesmo tema é fundamental para animar essas discussões que podem ocorrer a partir da comparação dos mapas individuais feitos pelos participantes. Essas discussões podem gerar insights criativos por causa das idiossincrasias dos participantes. A busca por consenso ocorre no final da reunião marcando a mudança do pensamento divergente para o pensamento convergente. Esse é o momento de tomar decisões e fazer escolhas a partir de tudo que foi produzido na elicitação. A elaboração de mapas conceituais colaborativos é uma forma interessante de registrar o produto final da colaboração. No caso de grupos de baixa sinergia esse mapa conceitual colaborativo será muito parecido com o mapa individual feito por algum ou poucos participantes. Já no caso de grupos de alta sinergia o mapa colaborativo será bem diferente dos mapas individuais confirmando o valor das discussões ocorridas grupo. Bem, essa é a melhor forma que eu tenho para descrever o efeito que eu vejo quando as reuniões grupo são bem planejadas. Pessoalmente eu uso mapas conceituais para externalizar, elicitar e buscar consensos obtendo resultados muito positivos positivos por causa do aumento da sinergia entre os participantes da reunião. Mas, eu quero deixar claro que nem tudo se resolve com mapas conceituais. O uso de anotações, figuras, tabelas e outros tipos de esquema também podem ser úteis na execução das etapas previstas na construção colaborativa de conhecimento. De qualquer forma eu preciso lembrar que os mapas conceituais devem fazer parte desse repertório de possibilidades. Afinal, nós já sabemos que eles são uma excelente forma de representar informações e conhecimento. Espero que você tenha gostado do conteúdo desse vídeo. Ele será útil para você desenvolver a atividade final do curso que envolve a elaboração de mapa conceitual colaborativo. A boa notícia é que os demais integrantes do seu grupo estão fazendo esse curso e eles também tiveram acesso a esse conteúdo. Conto com a sua disposição e entusiasmo para contagiar o seu grupo. Espero que vocês sintam como é trabalhar num grupo de alta sinergia. Agora faça os exercícios propostos sobre esse tema e coloque tudo isso prática. O nosso curso não é teórico e o importante é você colocar a mão na massa. Até o próximo vídeo. [MÚSICA] [MÚSICA] [MÚSICA]