[MÚSICA] O mercado monetário, então, é aquele segmento que o banco central fará suas operações, a operação dos seus instrumentos de política monetária e é neste mescado que a taxa básica de juros da economia será determinada. A taxa básica de juros, é a taxa de juros de curto prazo na enconomia. Opa! Então espera aí, nós estamos vendo aqui uma conexão entre a taxa de curto, a taxa de médio e taxa de longo prazo. Essas taxas têm entre si elemento lógico que guia a sua formação. A gente também vai falar sobre ele. Nós estamos falando, basicamente, da estrutura a termo da taxa de juros. E detalharemos a seguir, pouco mais da relação entre as taxas de juros e os prazos dos títulos na economia, aqueles de curtíssimo prazo, curto curtíssimo, mercado monetário, aqueles que são a referencia da formação das taxas de juros no mercado de crédito que são os títulos de médio prazo, e os títulos de longo prazo, que vão oferecer a referência da formação de taxa de juros no mercado de capitais da remuneração dos ativos no mercado de capitais. Certo. Quando falamos taxa básica de juros, nós estamos falando, principalmente daquela taxa de juros, que é paga por títulos emitidos pelo agente de menor risco na economia, que é o Governo. Então o Governo é considerado dentro de uma estrutura de mercado financeiro doméstica, o Governo local é a referência do agente de menor risco, simplesmente falando de uma maneira de maneira simples, porque a gente não espera que uma economia, uma sociedade desapareça, como uma empresa pode falir. Uma economia não pode falir, ela não vai desaparecer, deixar de existir. Então a referencia de menor risco vem nesse sentido mesmo que governo tenha problemas na gestão da sua dívida, e tenha que fazer uma moratória, uma interrupção de pagamentos, etc., momento mais adiante, por meio de negociação com seus credores, ele vai voltar a participar dos mercados financeiros. Já vimos isso acontecer na história brasileira e na história de noventa e nove por cento dos demais países. Então, essa perspectiva de que o Governo ou que a economia, ou que aquela sociedade que é responsável pela emissão daquele título não vá desaparecer da face da terra eleva a que nós tenhamos os títulos emitidos por esses Governos como a referência do menor risco, formando as taxas básicas de juros da economia. Se nós pensarmos nos mercados financeiros internacionais, então, nós devemos buscar referências de menor risco no mundo. E aí, ainda temos os títulos emitidos pelo tesouro americano, ou seja, pelo Governo americano, certo, como referência de ativo livre de risco ou dito de uma forma mais realista, ativo de menor risco possível, teoricamente reconhecido ou tratado como livre de risco. Então, num mercado monetário, nós teremos a operação da política monetária e a determinação dessa taxa básica de juros. Este vai ser tema que nós trataremos com bastante detalhe. Por quê? Porque exatamente por meio da gestão da política monetária, além da política fiscal da qual já falamos, que o governo pode influenciar os ciclos da economia, as flutuações da economia. Então, nosso propósito aqui é entender como o governo pode utilizar os seus instrumentos de política monetária principalmente para diminuir a variação da taxa de inflação e fazer com que nós tenhamos uma inflação que, ao longo do tempo, fique próxima daquela meta estabelecida pelo próprio Governo por meio do seu Comitê de Política Monetária, o Copom, que define qual a taxa de inflação que nós devemos perseguir, por meio da política monetária, nos próximos anos na nossa economia. Então estamos aí num contexto que caracteriza regime monetário, conhecido como regime de metas de inflação. Nós trataremos com bastante detalhe este processo. Por enquanto basta que a gente tenha neste quadro geral a indicação de que no segmento monetário nós teremos a operação dos instrumentos de política monetária e a determinação da taxa básica de juros. Então nós temos o segmento monetário, o segmento de crédito e o segmento de capitais. O que está faltando? Eu vou pensar... opa, pera aí! Estamos tratando de uma economia aberta, não é mesmo? Uma economia que se relaciona com o resto do mundo, não só comprando e vendendo produtos e serviços, como nós já discutimos no mercado de bens e serviços, mas também recebendo fluxos de capitais e enviando fluxos de capitais, ou seja, trocando capitais, trocando investimentos financeiros inclusive, com o resto do mundo. Então vamos pensar numa coisa, nossa economia doméstica têm uma moeda, que é a moeda doméstica e que é a moeda de curso legal, certo, ou seja, é o nosso meio de troca e só ela serve como meio de troca na nossa economia, caso brasileiro, o real. Pois bem, quando exportador exporta uma mercadoria, ele recebe que moeda? Normalmente numa moeda conversível internacional, dólar, euro, libra esterlina, iene. Então, dependendo que moeda ele fez a sua negociação, ele vai receber certo valor moeda estrangeira. Ele pode utilizar essa moeda estrangeira dentro do país doméstico? No caso brasileiro, não. Necessariamente, ele precisa trocar, por exemplo, os seus dólares por reais ou seus euros por reais. E o importador, quando compra equipemento ou bem de consumo que ele vá revender aqui no país, ele paga que? Supostamente, numa moeda conversível internacional, dólar, por exemplo. Mas que moeda ele usa domesticamente e que moeda ele possui, ele recebe como fruto da sua atividade econômica? O real. Bom, então, para pagar pelo seu equipemento, pelo seu bem comprado no exterior ele precisa trocar reais por dólares. E o investidor financeiro? Suponha que o investidor financeiro não encontre no conjunto de ativos financeiros domésticos todas as suas alternativas desejadas de investimento, e ele gostaria de investir ativos nos mercados internacionais. Ele tem o quê? Reais. Precisa trocar reais por dólares, para investir nos mercados internacionais. A mesma coisa acontece com os investidores estrangeiros, os investidores financeiros estrangeiros que têm moedas estrangeiras e para investir no mercado doméstico brasileiro, por exemplo, comprar títulos do governo brasisleiro no mercado doméstico ou comprar ações das nossas empresas na nossa bolsa de valores, precisa trocar seus dólares por reais. Este segmento dos mercados financeiros que moedas são trocadas é o mercado cambial, ou o mercado de câmbio. Neste segmento então, nós vamos observar como se dão as trocas, como se formam os preços relativos entre as moedas, a moeda doméstica e as moedas internacionais. Normalmente nós adotamos como padrão o uso de uma moeda internacional de referência, por exemplo, o dólar mas todo o raciocínio que nós fizermos com relação ao dólar, serviria para qualquer relação do real com qualquer moeda estrangeira. Esta relação, ou seja, quantos dólares, ou melhor, quantos reais eu preciso para comprar dólar é o que nós chamamos de taxa nominal de câmbio. Então, a taxa nominal de câmbio, na verdade, é preço, certo, o preço de uma unidade de uma moeda estrangeira qualquer, neste caso, nós estamos falando de dólares, então estamos nos referindo ao preço de dólar. Quantos reais eu preciso para comprar dólar. E esse mercado, basicamente, vai depender do fluxo de oferta de dólares e do fluxo de demanda por dólares. Então, para entendermos a dinâmica de formação da taxa de câmbio, nós precisamos entender como se dá essa dinâmica de demanda e oferta por dólares. Esses dois segmentos, monetário e cambial, são dois segmentos extremamente importantes para nós entendermos a demanda agregada na macroeconomia, então nós detalharemos com mais cuidado seguida. Por enquanto, eu só quero que vocês tenham esse quadro mais genérico dos mercados financeiros. Lembrando então, que temos o segmento monetário, segmento de crédito, o segmento de captais e o segmento de câmbio. [MÚSICA] [MÚSICA]