[MÚSICA] [MÚSICA] Como o nosso foco é a compreensão da estrutura lógica que nos ajuda a entender as flutuações da macroeconomia, será muito comum que nós façamos uma alusão, ou seja, que nós utilizemos uma figura ou gráfico que nos ajuda a entender melhor, que nos ajuda a visualizar essas flutuações. Esse gráfico é gráfico que expressa o comportamento do produto ao longo do tempo e da inflação ao longo do tempo, as nossas duas variáveis macroeconômicas fundamentais, ou seja, aquelas que, uma vez que nós tenhamos alcançado a compreensão do que as determina, nós teremos condições também de dizer ou de entender o que está acontecendo com o produto, com a inflação, mas também com a taxa de juros, com a taxa de câmbio, com outros elementos, com o consumo das famílias, com investimento dos empresários, com as expectativas desses agentes, a partir desse contexto global. Então, é bastante interessante observar que quando fatores exógenos que, daqui para a frente, nós chamaremos de choques, choques exógenos, choques simplesmente, sobre a macroeconomia, quando esses fatores exógenos alteram, ou seja, quando a economia sofre choques externos ou internos relativos às economias do resto do mundo ou relativos à economia doméstica, as decisões dos agentes se alteram e ao terem alteradas as suas decisões função dessas novas informações, função desses choques, os efeitos, ou seja, os resultados termos de nível de atividade de preduto de inflação também se alteram. Então, a macroeconomia flutua, por que? Porque ela sofre diversos choques. E esses choques fazem com que os agentes alterem as suas decisões. As decisões novas dos agentes produzem novo produto e uma nova inflação. Opa, então significa que, no curto prazo, o produto estará acima da sua capacidade de crescimento de longo prazo ou abaixo dela. Ou seja, uma ondinha, uma certa flutuação não tão bonitinha quanto o nosso gráfico, mas tanto quanto mais irregular, porém bem representada por uma flutuação torno da sua taxa de crescimento de longo prazo. A taxa de crescimento de longo prazo depende, basicamente, fundamentalmente, dos fatores de longo prazo, como já discutimos, e voltaremos a eles lá adiante. Portanto, o que nós temos que atentar nesse momento é que se a economia tem uma capacidade de crescer ao longo de dez, quinze, vinte anos de, digamos, tem uma taxa de crescimento nesse período constante ou perene ou que seja sustentável torno de três por cento, por exemplo, certos momentos, certos trimestres ou certos anos, esta economia pode estar crescendo a quatro e meio por cento, a cinco por cento, a sete por cento. Porém, esta flutuação, ou seja, a economia se movimentando no curto e no médio prazo não expressa a capacidade de crescimento de longo prazo. Ela expressa uma circunstância, momento atual, e aqui o momento é algo entre dois, três anos, e, neste momento, nessa circunstância, nessa conjuntura atual, a economia está superaquecida. É nesse sentido que nós tratamos a conjuntura como uma conjuntura que a economia está produzindo mais do que aquilo que seria a sua capacidade sustentável ao longo do tempo. Como uma economia tem esse condição, ou seja, como ela alcança a capacidade de produzir mais do que o que seria sustentável, nós também elucidaremos lá adiante, mas apenas para não deixá-los muito curiosos, eu já posso adiantar que é porque a capacidade de produção da economia nunca é utilizada de forma perene, de forma constante termos de capacidade total, ou seja, a utilização da capacidade instalada nunca está sempre a 100 por cento, ou seja, ela mesmo com a economia funcionando termos normais, situações normais, a utilização da capacidade instalada é sempre torno de 90, 92, até 95 por cento, cai pouco. Então, essa flutuação da capacidade instalada é que permite que certos momentos de superaquecimento por alguns fatores, que inclusive podem ser exógenos, como, por exemplo, o crescimento da China, faz com que a economia doméstica revele, produza bens e serviços a uma taxa mais elevada do que seria o seu padrão médio ao longo do tempo do que seria a taxa de crescimento do que nós chamamos do produto potencial. Então, esses momentos serão momentos que a economia estará superaquecida. Porém, o que nós vamos observar é que esses momentos, esses anos, dois, três, quatro, cinco anos crescendo a uma taxa de crescimento acima da sua taxa de crescimento de longo prazo, não é algo que seja sustentável por décadas e décadas, ou seja, está revelando apenas uma flutuação da macroeconomia, uma flutuação no sentido do aquecimento de uma economia que está bastante aquecida e produzindo mais naquelas circunstâncias do que a sua capacidade de longo prazo. A partir de uma certo ponto e de acordo com a estrutura lógica da corrente principal, nós vamos compreender que alguns fatores de decisão dos agentes dentro dessa estrutura produzirá uma reversão nessa flutuação. A economia começa a voltar para o seu nível de taxa de crescimento mais próximo da sua capacidade de longo prazo. Porém, enquanto esse processo acontece, diversos choques estão afetando a economia. Diversos choques que podem ser, inclusive, negativos. Choques, digamos, com efeitos ruins como, por exemplo, a quebra de uma safra de uma commodity importante que o país doméstico exporte. Isso pode produzir uma queda no produto significativamente. Então, certos choques específicos podem levar a economia para uma situação que o produto passa a crescer menos do que aquilo que as condições de longo prazo propiciariam. Então, nós veremos uma economia desaquecida, não necessariamente recessão. Já vamos esclarecer. A economia recessão deve apresentar, pela nomenclatura tradicional adotada macroeconomia, pelo menos três trimestres de taxa de crescimento negativa. Nós não estamos, necessariamente, falando de taxa de crescimento negativo para a economia, mas se a capacidade de crescer da economia é de três por cento ao ano, e essa economia começa a crescer a dois e meio, a dois, a e meio, a meio, veja, ela continua com taxas de crescimento positivas, portanto a economia, no ano, está produzindo mais bens e serviços do que no ano anterior. Porém, está produzindo menos do que ela poderia produzir condições normais. A pergunta fundamental que a gente tem que se fazer situações como essa é: "Quais são os fatores que levaram a economia para uma situação de desaquecimento para uma situação que o nível de atividade está muito baixo? Para uma situação que, portanto, o nível de emprego está baixo e o nível de desemprego está alto. Que fatores são esses?" Ao identificar os fatores, nós teremos condições de dar a resposta de milhão de dólares, que é o que o Governo deve fazer ou o que se espera que o Governo faça numa situação como essa a partir da teoria macroeconomica da corrente principal. Então, nós vamos ter condições de dizer e de entender que fatores relevantes estão afetando a economia naquela circunstância e que resposta de política econômica seria esperada por parte do Governo. Agora, o nosso objetivo é compreender a estrutura lógica por trás da demanda agregada. Então, como já dissemos, vamos voltar os nossos olhos, vamos voltar o nosso foco para compreensão de três segmentos da estrutura macro: os mercados financeiros, compostos pelo mercado monetário e o mercado cambial, e o mercado de bens e serviços. Conjunto, esses três mercados nos darão a estrutura da demanda agregada. Portanto, até que nós completemos o nosso estudo desta estrutura lógica, ou seja, dos determinantes e das decisões dos agentes por cada desses três segmentos, nós estaremos olhando para a macroeconomia apenas pelo lado, pelo aspecto da demanda agregada. Para simplificar, portanto, nos próximos videos nós trataremos de temas que estarão voltados para a compreensão do nível da atividade econômica, para a determinação do produto, porém consideraremos que a taxa de inflação esteja dada. Mais adiante, nível de atividade e inflação vão ser reintegrados e compreendidos como uma estrutura única. Porém, nesse momento, para facilitar o nosso aprendizado, nós vamos adotar essa estratégia, ou seja, adotar essa hipótese simplificadora inicial e tratar mais detalhadamente e com bastante cuidado a estrutura da demanda agregada supondo, portanto, que a oferta agregada seja horizontal, ou seja, que a taxa de inflação esteja fixa, esteja dada, ao menos enquanto caminhamos na compreensão da estrutura lógica desses três segmentos. Mais adiante, novamente voltaremos a flexibilizar essa hipótese inicial. [MÚSICA] [MÚSICA]