[MÚSICA] Uma outra decisão importante que gestor deve tomar na hora de gerenciar seus estoques é o quanto comprar ou fabricar por meio do dimensionamento do estoque de segurança. Para isso, vamos convidar o professor Irineu Gianesi, que vai nos explicar como se calcula o estoque de segurança de determinado item. É isso André. Uma das coisas mais importantes na hora da gente dimensionar o quanto a gente vai ressuprir, seja no fornecimento, seja uma fabricação, é a definição do estoque de segurança. Por quê? Quando a gente faz planejamento, faz uma previsão do quanto a gente vai solicitar de determinado material, na prática, nem sempre as coisas acontecem conforme planejado. Então é importante que a gente dimensione estoque de segurança para que a gente precaver contra incertezas, que podem acontecer, tanto do lado da demanda, a demanda pode ser maior do que o previsto, como do lado do fornecimento. Fornecedor ou a própria produção podem fornecer o material mais tarde do que estava previsto. Então vamos entender pouquinho o conceito do estoque de segurança. Imagine que eu tenho uma determinada quantidade prevista, e eu vou programar a minha reposição para que exatamente no momento que o estoque chegar a zero, eu recebesse novo lote. Bom, mas e se a demanda for maior do que isso? Imagine que a demanda é pouco maior, na prática, naquele instante aonde eu vou receber o ressuprimento, o meu estoque já estaria abaixo de zero, ou seja, eu já estaria com falta, já não estaria atendendo a demanda. Então, imaginando que a demanda possa ser pouco maior do que o previsto, é fundamental que eu planeje o meu ponto de reposição com uma quantidade a mais, para garantir que eu continue atendendo a demanda. Imaginando que a demanda possa ser pouco maior ainda do que essa variação que eu prepus inicialmente, isso significa que eu teria que ter nível de estoque de segurança, uma quantidade no estoque, maior ainda para conseguir garantir o atendimento da demanda face de uma incerteza, de uma variação, ainda maior. Então ponto fundamental aqui é que o tamanho, a magnitude do meu estoque de segurança, ela é proporcional à incerteza que eu tenho da demanda. Ou seja, a variação que é a demanda real, durante o período de ressuprimento, pode ser maior do que a demanda prevista. Como é que eu faço o cálculo desse estoque de segurança? Para calcular o estoque de segurança a gente utiliza alguns conceitos de estatística, deles, é uma medida que me dimensiona a incerteza da demanda, ou seja, o quanto que essa demanda varia relação à quantidade que eu tinha previsto inicialmente. Eu calculo esse desvio padrão a partir de dados passados, de demanda real, face à demanda prevista cada período. O importante aqui é que a gente saiba que é possível você dimensionar essa incerteza a partir do cálculo do desvio padrão. Uma vez que você desvio padrão, a gente calcula o estoque de segurança multiplicando esse desvio padrão, essa variação, durante o "Lead Time", por coeficiente de segurança. Esse coeficiente de segurança, usualmente a gente chama de Z. Pode parecer pouco complicado, mas na prática ele vem de uma tabela que correlaciona o nível de serviço com esse fator de serviço, com o Z. Essa tabela pode ser encontrada qualquer livro de estatística ou até você pode conseguir com uma determinada função do "Excel". Então, se eu quero nível de serviço de 50%, ou seja, 50% de probabilidade de atender a tua demanda, 50% de probabilidade de não atender a demanda, eu vou ter Z de zero. Ou seja, eu não preciso do estoque de segurança, porque não ter estoque de segurança, admitindo que a demanda é real, pode ser, tanto maior como menor do que aquilo que foi previsto, se eu quiser ter 50% de probabilidade de atender a demanda, eu não preciso do estoque de segurança. Qualquer nível de serviço maior do que 50% vai requerer algum estoque de segurança. E aí, a quantidade de estoque de segurança é definida por este Z, que vem dessa tabela. Eu vou multiplicar o Z pelo desvio padrão, que é essa medida da incerteza da demanda, ao longo do "Lead Time". Na prática, eu assumindo que a incerteza que eu tenho face à incerteza de demanda, lembre se que ela pode ser, relativa a incerteza da demanda e ou relação a incerteza de fornecimento. Mas na maioria dos casos, nos casos mais comuns, a maior incerteza vem da demanda. Então assumindo a incerteza da demanda, eu posso calcular essa incerteza multiplicando essa medida da variação, que é o desvio padrão, pela raíz do "Lead Time", que é o tempo de fornecimento do material. Então a expressão que eu utilizo para calcular o estoque de segurança é Z multiplicado pelo desvio padrão, multiplicado pela raíz do "Lead Time". A partir dessa expressão fica fácil calcular o estoque de segurança. A partir da definição, da decisão gerencial, de qual nível de serviço eu quero ter, eu quero ter 90%, 95%, 98% de nível de serviço. Lembrando que para 100% do nível de serviço, quando eu for utilizar na tabela, eu vou verificar que o Z vai para infinito, ou seja, é impossível ter estoque de segurança que garanta 100% do nível de atendimento. E obviamente, quanto mais próximo eu estou dos 100%, meu estoque de segurança vai subindo de uma maneira muito forte. Normalmente, trabalha-se aí com 90%, 95%, alguns casos quando o custo da falta do material é muito alto, 98%. Mas, no final das contas, isso é uma decisão gerencial que você precisa tomar face aos custos de ter o estoque de segurança. Então, uma vez que eu tenho essa decisão, eu entro na tabela e identifico o Z. A incerteza do desvio padrão, eu preciso calcular com base na demanda e nas previsões passadas. E o "Lead time" é dado pelo período de ressuprimento que ou vem do "Lead time" do fornecedor, ou do "Lead time" de produção conforme o item para o qual você estiver calculando o estoque de segurança. Essa expressão, ela é adequada para o cálculo do estoque de segurança quando você está usando utilizando o modelo do ponto de reposição. Quando você utiliza, por exemplo, o modelo de revisão periódica, você tem que ajustar pouquinho essa expressão. Por quê? Porque você está interessado na incerteza não somente durante o "Lead time". Você está interessado na incerteza da demanda durante o "Lead time" e também durante o período de revisão, lembrando que a gente está falando de modelo de revisão periódica. Então a expressão fica pouquinho diferente, o estoque de segurança vai ser calculado multiplicando-se o Z, que vem do nível de serviço, vezes o desvio padrão, vezes a raiz do "Lead time" mais o período de revisão. Note que, nas mesmas circunstâncias de incerteza de demanda, o estoque de segurança necessário para o mesmo nível de serviço, quando você utiliza revisão periódica, ele é maior. Porque esse termo que está debaixo da raiz quadrada, ele não é somente o "Lead time", é o "Lead time" mais o período de revisão. Então normalmente, quando você utiliza a revisão periódica, nas mesmas condições, você vai precisar de estoque de segurança pouco maior. Ou seja, é modelo que tem menos custos de administração, porque você olha para o estoque somente determinados períodos, ponto de reposição, sempre que você faz uma retirada, você tem que avaliar o quanto sobrou. Então é mais barato você gerenciar por revisão periódica e uma contrapartida é justamente isso, você vai ter estoque de segurança pouco maior. Mas a partir daí, fica fácil você calcular o estoque de segurança para determinado nível de serviço, qualquer que seja o modelo que você esteja utilizando, o ponto de reposição ou revisão periódica. [MÚSICA] [MÚSICA]