[MÚSICA] Nessa aula nós vamos conversar sobre o crescente interesse da sociedade nas crises de marca. Na aula passada nós conversamos sobre os tipos de crise. Falamos de falha de produto, problema com responsabilidade social, mal comportamento corporativo, má conduta dos executivos, resultados ruins de negócio, atitude controversa de porta-vozes, perda de apoio público, controvérsias sobre posse e outras manifestações não alinhadas com o projeto da marca. Agora a gente vai começar a falar pouco sobre porque a sociedade tem interesse difundir informações sobre crises de marca? Vamos começar pensando no jornalismo. Imagina como seria jornal na TV se a gente não tivesse crise. Acho que ele ia começar falando " Brasília todo mundo trabalhou, hoje a temperatura vai ser amena, a gente não vai ter seca e a gente não vai ter enchente", essa é a agenda cultural da semana e o trânsito está fluindo bem, obrigado" e acabou o jornal. Então imagina nesse mundo de marasmo de boas notícias, de coisas comuns e tradicionais acontecendo, aparece a oportunidade de uma crise, aparece uma bomba no meio desse dia, aconteceu alguma coisa relevante Brasília, a gente tem problema com artista famoso, teve acidente ou carro quebrou, algum carro de alguma marca famosa que capotou, aconteceu uma falha de produto, pegaram alguém com dinheiro na cueca, uma criança foi envenenada por produto contaminado. Olha como isso enriquece o jornal. Então a mídia, os jornalistas, têm muito interesse dar visibilidade para uma crise. Do ponto de vista da sociedade, se lembra que a gente conversou na aula de marca sobre o crescimento da importância das marcas na nossa vida? Como a marca ocupa espaço importante nas nossas mentes e corações? A gente gosta de acompanhar a história das marcas e a gente acompanha as marcas e a vida das marcas como se fosse uma novela. Quando uma marca comete uma falha, a gente encara isso como uma traição e, assim como na novela, depois de uma traição a gente quer acompanhar ainda mais de perto. Então a gente tem muito prazer seguir os problemas com as marcas e quanto mais ferido a gente está, mais a gente quer contar para o mundo que a marca que a gente segue tem problema. As redes sociais digitais são a ferramenta perfeita para a gente acompanhar e comentar as crises de marca. A gente saiu da arquibancada como espectador passivo e a gente foi jogar no campo. Hoje a gente produz conteúdo de marca e, durante uma crise, a gente vira crítico e coloca toda a nossa raiva das marcas para a sociedade ver. Ampliamos os problemas com as marcas. Quanto mais surpreendente a história, mais a gente gosta dela. A gente pega caso recente, quando mocinho virou vilão e queremos ficar seguindo essa novela bem de perto, pensando o que ele disse, o que falaram sobre ele. Teve desmentido? E ele se posicionou? E como está a vítima? É uma novelinha que a gente acompanha. Imagina também como a força das marcas influencia a forma como a gente quer seguir as crises e a forma como a gente interpreta as crises. Quanto mais forte a marca e quanto mais ela representa a categoria maior interesse a gente tem. Se a marca líder fast food tiver problema, rato correndo na cozinha, todo mundo vai querer ver. Talvez se uma marca de menor importância tiver problema semelhante não tenha tanta graça repassar essa mensagem. O líder está mais sensível às crises, ele tem uma marca de maior visibilidade, com a qual as pessoas tem relacionamento mais forte e por isso ela está mais exposta. As pessoas gostam de passar notícias ruins sobre os líderes das categorias. Os deslizes das marcas líderes têm mais visibilidade e mais interesse do que os deslizes das marcas pequenas na categoria. Quanto mais representativa da categoria for a sua marca, mais exposta ela estará às crises. Na próxima aula a gente vai comentar pouco o efeito dos memes nas crises de marca. A gente se vê. [MÚSICA]