[MÚSICA] [MÚSICA] [MÚSICA] [MÚSICA] Então estamos voltando aqui para o nosso segundo vídeo. Então, retomando pouco aquilo que a gente falou no vídeo anterior, o papel da acessoria de imprensa esportiva é pensar a comunicação das organizações esportivas, das entidades esportivas com os veículos de comunicação, com os veículos de mídia. Então, a ideia é que a gente consiga atrair cada vez mais a cobertura jornalística para temas ou fatos promovidas pela instituição que a gente representa. A gente vai acompanhar sempre como o nosso cliente, como a nossa entidade esportiva, ela está sendo trabalhada no mercado. Gerenciar todo o acervo de informação que saia sobre esse nosso cliente, sobre a entidade que a gente representa ou para a qual a gente trabalha. E também, é o profissional de acessoria de imprensa que vai pensar estrategicamente todas as informações que vão ser enviadas para os veículos de comunicação, sempre buscando uma imagem positiva da nossa entidade no mercado, ou junto a mídia. Quer dizer, é interessante para qualquer entidade esportiva, para qualquer agremiação que os veículos de comunicação enxerguem de uma forma positiva e, consequentemente, esses veículos vão passar essa imagem para o mercado, para os seus leitores, para a sua audiência. Então o profissional de acessoria de imprensa, basicamente, ele cuida dessa gestão da informação que será passada aos veículos de comunicação sempre tentando fazer com que a imagem da organização, da entidade esportiva seja vista positivamente por esses veículos de mídia. Só que nem sempre isso acontece. Então, a gente vai ver aqui alguns casos que aí a acessoria de imprensa vai mudar o seu papel. Então, ao invés de ela buscar a boa imagem, ou tentar construir estrategicamente essa imagem positiva junto aos veículos de comunicação, a gente vai ter que atuar no sentido de tentar minimizar os efeitos, por exemplo, de uma crise. Uma crise que vá atacar a imagem da nossa organização ou do atleta que a gente faz o trabalho de acessoria de imprensa para ele. Então, a gente vai mostrar alguns casos de crises que tiveram que ser gerenciadas pelos profissionais de acessoria de imprensa porque algum momento, as empresas envolvidas com esporte, tiveram a sua imagem maculada ou o risco de o mercado enxergá-la negativamente mas, que a gente teve que trabalhar e que a gente teve que gerenciar para tentar, vamos dizer assim, minimizar o estrago. Então, a gente tem aqui esse exemplo que eu vou passar para vocês, que vocês vão ver aqui na tela, ele é caso emblemático de bom gerenciamento de crises junto aos veículos de comunicação com empresas que investiram no esporte. Então, é caso de 1988 da nadadora Renata Agondi. A nadadora Renata Agondi ela era especialista nadar mar aberto e ela planejou junto com a sua treinadora, ela era famosa no Brasil na época, já havia ganho várias competições. E ela planejou junto com a sua treinadora Judite Russo, uma travessia do Canal da Mancha, que une Inglaterra e França, e aí eles conseguiram o patrocínio da Credicar. Então, vamos ver o quê que aconteceu nessa história porque isso é caso de bom gerenciamento de atividades de acessoria de imprensa. Então, 1988 a Credicar uma empresa que atuava na época, recebeu solicitação de patrocínio da nadadora Renata Agondi, que na época ela era tricampeã paulista da modalidade de águas abertas. A ideia, o objetivo, a busca pelo patrocínio foi para a travessia do Canal da Mancha. O patrocínio foi aprovado, a empresa começou a patrocinar o projeto e aí a Renata Agondi, a nadadora e Judite Russo, sua treinadora, começaram a fazer a divulgação dessas atividades junto à imprensa, então, os veículos de comunicação foram chamados, porque isso também fazia bem para a imagem da Credicar, a empresa patrocinadora e as duas, a nadadora e a sua treinadora, começaram a divulgar as informações, o projeto, como é que era o projeto, e a Credicar era a patrocinadora. Aí na preparação para a travessia, Julho de 88 elas foram para a Itália e a nadadora obteve excelentes resultados três provas, reforçando a imagem da atleta como uma atleta de sucesso. E aí, partiram para a travessia, a Credicar acertou todas as providências e os preparativos para a tentativa, só que, durante a travessia da Inglaterra para a França, a atleta teve problemas e acabou falecendo na tentativa de atravessar o Canal da Mancha, após dez horas nadando ali no Canal. E aí houve algumas polêmicas porque a treinadora dela foi acusada por algumas pessoas, de não ter recolhido, de não ter tirado a atleta da água quando ela ainda tinha condições, mas a treinadora, depois ficou comprovado, tentou fazer isso várias vezes mas a atleta se recusou. Porque ela queria completar a travessia. E aí, as duas não puderam retornar ao Brasil e tiveram que ficar algum tempo na França prestando declarações, ou prestando informações para a justiça francesa. Então, o que é que aconteceu aí com o Credicar, que foi o patrocinador do projeto, que era projeto para ser projeto de sucesso, de vincular a imagem da empresa, entrou crise. E aí, aquilo que deveria ser única e exclusivamente a divulgação dos feitos da Renata Agondi teve que ser transformado para projeto de gestão de crise. E aí, a empresa atuou perfeitamente bem, muito porque depois ficou comprovado que a treinadora Judite Russo não teve responsabilidade nenhuma no acidente, foi uma fatalidade. Mas a Credicar teve que gerenciar todo esse processo de comunicação, junto com os veículos de mídia, para tentar manter a imagem da empresa como uma organização séria, confiável e aberta, disposta a cooperar até mesmo nos momentos difíceis. Então, o que é que foi adotado, foi adotada uma transparência com a imprensa. Então, como é que Credicar resolveu isso acessorada por uma empresa de acessoria de imprensa? Apoiou a treinadora, deu assistência à família da atleta e forneceu todas as informações que tinha para os veículos de comunicação. Aí, quando a Judite Russo, a treinadora, foi liberada pela justiça francesa chegou ao Brasil, no mesmo dia, nos dias seguintes à chegada dela, a empresa chamou uma coletiva de imprensa, que a gente vai trabalhar depois, e nessa coletiva a Judite deu uma declaração contando tudo o que tinha acontecido, com todas as transparências, sem nenhum tipo de omissão. Antes da entrevista coletiva, os profissionais de acessoria de imprensa também utilizaram outra ferramenta que a gente verá no próximo vídeo, o mídia training, para preparar a Judite para conversar com os veículos de comunicação. E aí, a treinadora forneceu para esses veículos de imprensa todas as informações necessárias, respondeu a todas as perguntas. numa transparência absoluta. Então, essa política total de abertura e transparência fez com que a imprensa e a opinião pública falassem, não falassem bem da Credicar, mas reputassem o fato ocorrido, a morte da nadadora, a uma fatalidade, a nenhum tipo de descaso por exemplo, por parte da patrocinadora. Com isso, depois a empresa de acessoria de imprensa fez algumas pesquisas e os resultados obtidos foram que, todas as ações foram vistas de forma positiva, a empresa não se escondeu. A Credicar não se escondeu da mídia, ela se posicionou, ela foi transparente, ela enfrentou a mídia. E aí, com isso, o posicionamento da opinião pública foi extremamente favorável à organização. E também foram feitas depois sondagens junto ali das informadoras de opinião, que apoiaram o trabalho desenvolvido pela Credicar. Então, de onde a gente pode concluir que a imagem da organização não foi prejudicada porque houve rigor jornalístico, houve ética e houve profissionalismo. Uma relação completa entre os veículos de comunicação e a empresa. Porém, a gente tem alguns casos onde, geral, as organizações e instituições esportivas ou aquelas que investem no esporte, não agiram da mesma forma. Você vai ver agora outro caso que aconteceu quando Luís Felipe Scolari, hoje técnico da Seleção Brasileira, era técnico do Palmeiras. Então, você está vendo aí algumas imagens, vários jornalistas com nariz de palhaço. Então, qual foi essa história? 2010 Felipão teve pequeno problema com a imprensa, que está completamente descrito no homework que vocês vão ter que fazer. O Felipão ofendeu a imprensa de uma, ou especificamente jornalista numa entrevista coletiva, dizendo que ele estava de palhaçada. Os demais jornalistas se solidarizaram com o colega, e aí no próximo jogo do Palmeiras apareceram para a coletiva de imprensa com os narizes de palhaço que vocês estão vendo aí. Esse fato fez com que o Luís Felipe Scolari deixasse, ou ameaçasse deixar de falar com a imprensa, ficando silêncio por alguns dias, e não participando mais nenhum tipo de entrevistas coletivas. O fato acabou motivando a reação dos patrocinadores da agremiação que começaram a reclamar porque, não sei se vocês repararam, vocês viram na imagem, sempre quando há uma entrevista coletiva, no fundo a gente tem a marca, o logo dos patrocinadores. Então, o fato de Luís Felipe Scolari deixar de atender os veículos de comunicação acabou prejudicando os patrocinadores da Sociedade Esportiva Palmeiras, criando problema para a instituição. Então aí a gente tem claro exemplo, ao contrário do caso da Credicard, onde a má atuação da assessoria de imprensa, acaba impactando prejuízos para a agremiação. Evitar a imprensa, deixar de falar com a imprensa, nunca é a melhor estratégia. Isso deveria ter sido pensado pela assessoria de imprensa da Sociedade Esportiva Palmeiras, naquele momento. Então, a gente vê que constantemente, enquanto assessores de imprensa, nós temos que gerenciar crises. Os responsáveis, por exemplo, pela carreira do Ronaldo Fenômeno, anos atrás, tiveram que lidar com aquele episódio de uma suposta saída do Ronaldo Fenômeno com travestis, e que foi parar na mídia. Então, isso pode representar estrago na carreira do atleta. Se vocês se recordarem, naquele momento, alguns patrocinadores ameaçaram deixar de patrocinar o Ronaldo. Só que depois ele voltou para o Corinthians, fez alguns gols e retomou a sua trajetória esportiva. Mas, foi momento de crise que ele viveu. E a assessoria de imprensa dele poderia ter agido de uma forma pouco mais presente, não fugindo da mídia. A gente tem vários casos aí que também mostram como essa relação entre mídia e atletas afetam a vida dos atletas, das agremiações, das instituições, contratos de patrocínio. Só pra lembrar pra vocês, a gente tem o caso aqui do ciclista, o Lance Armstrong, que ganhou várias vezes a volta da França. Era o maior ciclista do mundo atividade. E aí ele acabou se retirando e quando ele se retirou ele deu declarações a imprensa que por várias vezes ele atuou dopado, com o uso de estimulantes. Então, isso representa desgaste pra ele. Prejuízo pra ele. E no caso do Lance Armstrong representou, verdadeiramente, grande prejuízo porque vários patrocinadores romperam contrato com ele. E você tá vendo agora também o Tiger Woods, dos golfistas mais famosos da história, que no auge da sua carreira se envolveu num escândalo de infidelidade, escândalo na sua vida pessoal e que acabou provocando desgaste nas suas atividades. Fez com que ele perdesse alguns contratos de patrocínio e de certa forma maculasse a sua imagem. Então, esse exemplos que a gente viu agora, do Tiger Woods, do Lance Armstrong, do Felipão, são exemplos de como a assessoria de imprensa poderia ter atuado de uma forma melhor, mas efetivamente não atuou. Provocando danos para esses indivíduos. Ao contrário daquilo que ocorreu no caso da Credicard, onde a empresa foi transparente, ela não tinha nada a esconder e ela enfrentou a mídia. Então, o que a gente tá dizendo não é que a gente tenha que inventar história nem nada, mas o assessor de imprensa ele deve sempre levar as pessoas afetadas por momentos de crises, aos veículos de comunicação, prepará-las antes pra atender os veículos de comunicação, nas respostas verdadeiras sobre o fato, mas de uma ótica que não prejudique a imagem da organização. Fugir da imprensa nem sempre é o melhor remédio. Então pra gente fechar esse vídeo e pra no próximo a gente poder trabalhar as ferramentas que permitem que a gente gerencie bem todo esse ambiente, bom assessor de imprensa, geral, ele deve conhecer a importância das notícias pros seus assessorados e para o público dos veículos de comunicação. Ele tem que saber distinguir o que é notícia daquilo que não é notícia. Pra não banalizar as informações que ele vai veicular sobre o seu assessorado. Conhecer a necessidade de divulgar notícia dos seus assessorados. Entender o papel do repórter esportivo. Por que o repórter esportivo precisa de informação. Agir eficazmente com a mídia esportiva e também estudar o comportamento da mídia e utilizá-la a favor de seus clientes. Quer dizer, bom assessor de imprensa ele sabe qual veículo de comunicação é mais sensacionalista, qual é menos sensacionalista, qual é aquele que é mais correto ao divulgar informações, qual é aquele que gosta de criar polêmicas. E aí ele pode, se ele conhecer bem os veículos de mídia, tentar utilizar esses veículos a favor de seus clientes. Veiculando notícias, veiculando material através de jornalistas que tenham papel conveniente à aquilo que ele quer pra construção da imagem da organização esportiva, ou do atleta que ele efetivamente representa. Como fazer isso, quais as ferramentas que nós vamos utilizar, veremos no próximo vídeo. [MÚSICA]