[MÚSICA] [MÚSICA] [MÚSICA] Oi pessoal. Sejam bem-vindos de volta! A nossa aula de hoje ela vai falar de tema bastante interessante e bastante atual que é sobre a estrutura e poder das instituições esportivas. Por que ela é tão atual? E provavelmente, é tema que é praticamente a justificativa de existir do nosso curso. Por que hoje dia a gente acompanha, todo mundo lê, vocês leem, jornais, revistas, ouve programas, debates, enfim como se discute a qualidade e a forma como as nossas instituições esportivas são geridas e como é feita a gestão dessas instituições esportivas, clubes, federações, confederações e como se debate a questão da profissionalização e da melhora e da melhor eficácia e tudo mais. E a ideia da gente conversar hoje é tentar entender esse panorama. Por que a gestão dessas instituições é conduzida dessa maneira? Por que que a mudança ela não acontece de uma hora pra outra? A gente debater pouquinho isso e entender esse cenário e alinhar essa discussão, evidentemente que o nosso curso é que a gente forme melhores gestores, gestores mais bem preparados pra conduzir a gestão dessas instituições, mas é importante entender esse contexto esse cenário. O primeiro aspecto que é importante a gente entender e que serve na verdade como grande guarda-chuva pra que a gente possa entender o porquê que tudo que tá abaixo desse guarda-chuva acontece da maneira que acontece? É entendendo a natureza jurídica das nossas das nossas instituições esportivas ou seja, das nossas confederações, das nossas federações e dos nossos clubes sejam eles da modalidade que for. A grande questão é que entra aspecto histórico no Brasil e aqui excluindo o fator recente, o surgimento de eventuais clubes empresas principalmente aqueles voltados para modalidades mais rentáveis como o futebol, eventualmente o voleibol, talvez o basquetebol. Mas há outra grande, massacrante, esmagadora nossa maioria é formada por clubes cujo a natureza jurídica é associativa. São instituições normalmente centenárias ou fundadas há muitos e muitos anos num outro contexto, contexto muito menos profissionalizado, contexto onde não havia nenhum objetivo de negócio com a criação dessas instituições a não ser a própria prática. A motivação principal do surgimento foi a própria prática e determinada ou determinadas modalidades esportivas. Essas nossas instituições elas foram criadas num modelo associativo e motivadas pelo amadorismo e o amadorismo não é aqui a questão de maneira nenhuma pejorativa, é porque foram pessoas que se uniram torno de determinada paixão por alguma modalidade esportiva, se uniram e formaram uma associação pra promover aquela prática esportiva. Não é verdade? Então, vamos pegar exemplo aqui, nós somos apaixonados por esgrima nos juntamos e criamos clube uma associação pra praticar esgrima. Não é uma empresa. Não é nada. É grupo de interesse a gente cria essa associação e vamos praticar esgrima. Só que isso vai acontecendo, a gente vai praticando, todo mundo gostando, todo mundo se dedicando voluntariamente. Passam 40 anos e esse nosso clube de esgrima tornou-se uma grande instituição de prática de esgrima, e agora passa a ter interesses comerciais. Só que a nossa natureza jurídica continua a mesma. Que que vai acontecer agora? Eu que me dediquei, isso é a maneira de pensar do nosso gestor, que me dediquei 40 anos a essa nossa associação ao nosso clube, puxa nunca recebi centavo. Eu tô aqui 40 anos me dedicando, vou sair, vou entregar isso agora pra terceiros? É uma situação relativamente inimaginável, é claro que aqueles defensores da profissionalização de gestores profissionais no esporte, é claro que discordam dessa posição e aqui nem tô dizendo que é uma posição correta, mas eu só tô abrindo a nossa mente pra que a possa entender esse contexto e saber a natureza, como essas instituições surgiram. São instituições que foram surgidas pelo o voluntariado pela dedicação voluntária/amadora. É isso impacta de fato a sua gestão, ninguém imagina hoje dia, pegar Corinthians da vida por exemplo e transforma isso numa grande organização empresarial. Jamais vai acontecer. Nunca vai passar no conselho formada por pessoasque se dedicam ao clube há inúmeras décadas. E assim, você pode imaginar tá todas as outras instituições de qualquer modalidade. Esse associativismo faz parte da natureza das nossas gestões esportivas, principalmente, aquelas mais tradicionais e que de fato tem as marcas mais poderosas. Não dá pra gente fazer aqui pararelo com o modelo de gestão norte-americano, que já foi concebido num modelo de negócios. As instituições esportivas, os clubes de prática, as equipes, elas são franquias. São empresas tem donos. Aqui é inimaginável você imaginar que o Esporte Clube Pinheiros tenha dono que vá rentabilizar, colher resultados econômicos dessa instituição. O primeiro aspecto é isso. São instituições associativas sem fins econômicos, que esse é segundo aspecto importante ou seja não há finalidade econômico, a finalidade principal é a própria prática esportiva. E cuja as posições, cargos, funções são definidos estatutariamente. Então eu vou preencher aquelas funções. Há uma eleição definida por estatudo e depois de eleito uma diretoria executiva essas funções vão sendo preenchidas estatutariamente. Eu preciso de diretor de marketing. Ok, eu vou puxar uma pessoa associada aqui ou que fez parte da minha chapa eu vou colocar como diretora de marketing, se ela é de marketing ou não normalmente isso não é levado consideração, provavelmente deveria ser, pelo menos dentre aquelas pessoas que compõe a instituição deveria procurar alguém que tem afinidade com o tema, mas não necessariamente dessa forma que acontece. Essas posições são preenchidas de maneira estatutária e são funções desempenhadas a partir do princípio do voluntariado, da dedicação amadora. Este nível estratégico de tomada de decisão ainda é conduzido a partir do princípio do voluntariado e da dedicação amadora. São pessoas que não são remuneradas pra exercer essa função, usualmente não tem necessariamente o conhecimento técnico ou preparo naquela função, tão ocupando aquele espaço muito mais função de aspecto político de chapas internas e que se dedicam de maneira voluntaria. Então elas vão se dedicar conforme o tempo delas permitir porque elas precisam sobreviver, precisam trabalhar, tem família pra criar, tem outros custos, tem a própria vida particular, e outros aspectos da vida delas. Esse caráter desse associativismo, essa dedicação amadora, desse voluntariado ainda reina nas nossas instituições por uma questão da maneira como elas são instituidas. Isso é muito complexo de ser debatido e isso tem que ser considerado quando a gente vai conversar sobre esse aspecto, evidentemente, que isso tudo que a gente tá falando, que a gente tá pontuando, é o que compõe o vértice estratégico dessas organizações. Na verdade, são as posições eletivas preenchidas função de eleições previstas pelo seus estatutos, então a gente chama do vértice estratégico. É quando a gente fala da profissionalização da gestão grande parte desses clubes essas instituições esportivas elas já têm gestores profissionais que ocupam posições e exercem funções abaixo desse vértice estratégico. A gente tá falando de funções gerenciais, funções operacionais essas pessoas já ocupam. Pessoas preparadas, profissionais preparados já ocupam essas posições, não verdade dizer que essas instituições são geridas de maneira completamente voluntária ou amadora como a gente abordou, mas sim as posições diretivas. Porque é assim, a natureza delas é dessa maneira e elas são preenchidas função do seu estatuto. Mas as funções operacionais e gerenciais já são usualmente preenchidas por profissionais usualmente preparados, profissionais com conhecimento técnico que se dedicam exclusivamente e são remunerados pra exercer aquela função, isso é importante porque é movimento que está acontecendo. Agora é pouco complexo imaginar que esse vértice estratégico ou seja essa posição diretiva vá sofrer uma profissionalização pelo menos num curto prazo, justamente função dessa natureza jurídica dessas instituições. Então, só pra gente fechar essa primeira parte da aula, a gente tá debatendo aqui os aspectos da natureza jurídica das instituições esportivas e como isso explica o porquê que ainda não é possível enxergar uma profissionalização completa da gestão nessas instituições. Na segunda metade da aula, a gente vai fazer paralelo entre o que seria a diferença entre a gestão amadora e a gestão profissional nas instituições esportivas. Até já!