[MÚSICA] [MÚSICA] [MÚSICA] [MÚSICA] Certamente você já modificou a organização de sua sala de aula para realizar as atividades com os alunos. Mas como seria mudar a estrutura da sala para personalizar o ensino? Como aproveitar novos espaços e organizar os alunos de forma a potencializar a aprendizagem dos estudantes? O modo como os espaços são organizados influencia os papeis de todos os envolvidos nesse processo de implementação de ensino híbrido. Esse é o objetivo dessa aula: oferecer momentos para repensar o uso dos diferentes espaços da escola, bem como discutir formas variadas de agrupamentos dos estudantes. E para contribuir com essas reflexões, vamos ver como os espaços escolares foram-se modificando ao longo do tempo e quais as necessidades do aluno do século XXI. Também vamos ver alguns passos fundamentais para planejar e implementar adequadamente mudanças nos espaços e conhecer casos interessantes de como escolas e professores vem implementando inovações em seu espaço escolar. [MÚSICA] [MÚSICA] Para começarmos a falar de espaço escolar e de como a organização dele está intrinsecamente relacionada com a aprendizagem, é interessante conhecermos como o espaço foi apropriado para o ensino nas diferentes épocas da nossa história. O Professor Glauco que faz parte do nosso grupo de experimentação, vai apresentar a organização do espaço nas escolas em uma linha do tempo. >> Começamos então lá na antiguidade, com os Gregos, para quem a palavra "escola" significa espaço do ócio. Ou seja: remete ao local de lazer, descontração e portanto prazer. Qualquer local onde eles pudessem se reunir e debater ideias poderia ser considerado uma escola. Era espaço livre aonde o sujeito ia quando queria, permanecia o tempo que quisesse e debatia temas definidos em conjunto com o mestre. O que era a escola para eles é tanto diferente do que a escola se tornou a partir do século XIX. Já na idade média, o espaço da escola começa a adquirir sentido mais próximo ao que temos hoje. Torna-se espaço específico para obter conhecimentos sobre determinada técnica de produção ou fabricação. Ou seja: conhecimentos orientados ao trabalho. Nesse período, o termo "escola", passa a estar associado ao espaço reservado a determinadas atividades de produção do conhecimento, tal como conhecemos hoje. Além de se tornar espaço de formação técnica, era também o local para formação religiosa, sendo presidida pelo escolástico ou eclesiástico: clérigo responsável pela formação religiosa dos habitantes de uma paróquia. Com o surgimento da burguesia mercantil, surgem também as Universidades. Os debates característicos da Grécia perdem seu espaço para a instrumentalização do ensino. O espaço escolar passa a ser local de aquisição de saberes e de técnicas. A partir de então, há influência direta das formas de trabalho e produção nas formas de ensino. Até meados da era moderna, grande parte do trabalho era realizado no campo, com ferramentas simples e manuais e pessoas das mais diferentes cidades. A educação era algo artesanal, com grupos pequenos e simples, formados com as mais diferentes idades. No curso da revolução industrial, houve grande transformação não apenas no modo de produção artesanal mas também nas relações sociais e diretamente na educação. Era preciso uma massa de trabalhadores que tivesse mínimo de conhecimento necessário para operar as máquinas. Foi nesse contexto que se começou a pensar em ensino básico para toda a população. E para ampliar o ensino, era preciso pensar em uma escola como espaço de treino para a indústria, seguindo o mesmo modelo de organização das fábricas: produção em larga escala, trabalhadores segmentados em sessões e produção voltada a resultados mensuráveis. É nesse período que com a educação de larga escala, a sala de aula passa a ter dezenas de carteiras enfileiradas. O professor deixa de trabalhar junto com o aluno para ser disseminador de informações, fiscal e avaliador do progresso individual. O espaço escolar torna-se meio de organização social. Bom, até aqui, já foi possível perceber que o espaço escolar foi e é objeto primordial na confecção do tipo de ensino que se espera praticar. O espaço pode limitar determinadas ações, como também pode criar inúmeras possibilidades de interação, entre alunos, entre alunos e professor e entre alunos e os objetos de aprendizagem. Nos últimos 30 anos, o mundo passou por profundas transformações, e é claro, as formas de produção e as relações humanas também. Mas o espaço escolar continua formatado para atender as demandas de uma sociedade que não existe mais. Como então buscar práticas pedagógicas diferenciadas, em espaço que atende velhas demandas? Concordo quando pesquisadores afirmam que a mudança da pedagogia centrada no ensino, para pedagogia centrada na aprendizagem, exige uma reelaboração do significado do espaço da aula. Ou seja: a implantação de qualquer atividade ou método pedagógico que se diferencie da impositiva, centrada na figura do professor, merece uma reorganização do espaço da sala de aula. Vamos ver então como aprimorar o uso do espaço escolar.