[MÚSICA] [MÚSICA] [MÚSICA] Vivemos em uma situação no Brasil em que o uso de recursos digitais passa a fazer parte dos planejamentos de ensino. Redes investem no provimento de computadores e tablets para as escolas, e busca inserir as tecnologias digitais no dia a dia dos professores e dos estudantes. >> Sabemos que os resultados que o Brasil apresenta em avaliações nacionais e internacionais não são bons. A OCDE divulgou o resultado do programa internacional de avaliação de alunos, conhecido como PISA, onde avaliou a capacidade de 85 mil estudantes de 15 anos do mundo inteiro para resolver problemas de matemática aplicados à vida real. O Brasil ficou em 38º lugar, com 428 pontos em total de 44 países. As habilidades não cognitivas ligadas a características como a autonomia, raciocínio crítico, liderança, facilidade de relacionamento e tolerância, entre outras, foram testadas pela primeira vez no PISA, que é exame reconhecido mundialmente por avaliar os estudantes em matemática, ciências e leitura. >> Também sabemos que existem muitos professores que, assim como você, tem buscado fazer a diferença em suas aulas, pesquisando recursos digitais para que as situações de ensino sejam cada vez melhores e potencializem a aprendizagem dos seus alunos. >> Mas como melhorar a educação do nosso país? Essa pergunta é muito difícil de ser respondida. Exatamente, não há uma única resposta possível. Personalizar o ensino, para que o estudante possa ter as suas necessidades atendidas e suas potencialidades desenvolvidas, pode ser uma das respostas. >> Como fazer isso em salas com muitos alunos? Nem sempre há tecnologias como computadores ou tablets disponíveis para todos os alunos. Então como pensar em utilizar as tecnologias digitais nesses casos? >> Sabemos que o ensino considerado tradicional, mesmo nas melhores escolas, não dá conta sozinho das necessidades do aluno de hoje, como deu conta no passado. Caminho possível é reunir o que há de melhor no ensino considerado tradicional, com as vantagens do ensino online, misturando o melhor dos dois mundos. É sobre essa proposta de ensino, denominado ensino híbrido, que iremos refletir neste curso. >> A prática de ensino híbrido apresentada neste curso foi construída com base na experiência de grupo de 16 professores de escolas públicas e privadas, de cinco estados brasileiros. Estes professores foram pioneiros na implantação e experimentação de possibilidades de utilização de modelo de ensino híbrido na realidade brasileira. E são os responsáveis por grande parte do material prático e teórico que vocês encontrarão neste curso. [MÚSICA] [MÚSICA] [MÚSICA] [MÚSICA] [MÚSICA] [MÚSICA] [MÚSICA] [MÚSICA] [MÚSICA] >> Me chamo Glauco de Souza Santos, sou professor de História no colégio Instituto de S. José, de S. José dos Campos. Para mim, desde quando eu comecei a lecionar, não faz tanto tempo, mas eu sempre tive a preocupação de quebrar pouco o modelo de aula massificada ou o professor apenas expositivo-palestrante, porque o mundo mudou, a sociedade mudou, mas a escola, a sala de aula, as aulas ainda continuam as mesmas. Então eu queria encontrar meio de poder transformar a sala de aula e o ensino híbrido possibilitou, com o uso da tecnologia, que eu transformasse a minha prática na sala de aula. Primeiro, colocando o aluno como o centro. Depois dando autonomia a esse aluno, o aluno podendo produzir e seguir o seu próprio caminho e escolher os próprios caminhos para poder aprender melhor, no seu ritmo inclusive. A gente fugiu pouco daquela ideia de "você tem 50 minutos para aprender, se você não aprendeu boa sorte, porque a gente tem que passar ao próximo conteúdo". >> O meu nome é Aline, eu sou professora do 5º ano do Colégio Loyola de Belo Horizonte. Venho desenvolvendo trabalho com os meus alunos dentro do ensino híbrido, uma proposta muito bacana, muito interessante, que tem surtido assim efeitos muito bons e muito significativos para o meu grupo. Eu tenho adotado modelo que tem agradado muito o meu grupo porque eu acredito que ele promove mais a interação entre as crianças. Esse modelo é modelo rotacional, onde as crianças são agrupadas, geralmente, em quatro estações, onde, em cada uma dessas estações, eu faço uma proposta diferenciada. Então, muitas vezes, os meninos, eles têm essa possibilidade de trocar. Eu acho que o mais interessante desse modelo é justamente essa possibilidade de troca e interação entre as crianças. E mais, me torna uma facilitadora. Eu consigo atuar diretamente em determinados grupos onde as crianças têm mais dificuldade. Então, eu entendo que esse é o modelo mais significativo, e que foi o modelo que mais encantou o meu grupo, inclusive eu tenho depoimentos de alunos que falam "eu gostei mais porque eu posso interagir melhor com os meus colegas". >> O meu nome é Rodrigo Abrantes, eu sou professor de História, leciono há doze anos na educação básica. Atualmente, eu trabalho no Colégio Jornada, que é uma escola tradicional aqui em São Paulo. Desde 2011, eu tenho buscado soluções para integrar a tecnologia na sala de aula, e tenho encontrado uma série de resistências por conta da organização escolar ainda muito tradicional. Nesse sentido, o uso dos modelos híbridos de ensino me possibilitou superar uma série dessas resistências, na medida em que me possibilitaram encontrar ponto de equilíbrio entre a organização tradicional e as inovações tecnológicas. Então, acho muito relevante que o professor que esteja nesse momento buscando inovar a sua sala de aula, repensar sua prática, veja esse curso de ensino híbrido com mente aberta, disposição para repensar e desapego com relação àquilo que aprendeu, que funcionou durante muito tempo, e pode ser reaproveitado em novo contexto. >> Para a nossa experimentação, tivemos como referência e apoio o Instituto Clayton Christensen, que vem estudando o conceito de ensino híbrido no mundo. >> Eu sou Adolf, professor de língua inglesa, atuo em escolas e intituições de ensino superior, e sempre me questionei se o que trabalhamos nas escolas dá conta de preparar o aluno para os desafios do século XXI. >> O meu nome é Fernando, sou professor de matemática do ensino básico e superior e sempre busquei utilizar as tecnologias de maneiras diferentes com os meus alunos, melhorando o engajamento, a aprendizagem e a autoestima dos estudantes. >> Eu sou Lilian, atuo há 25 anos em escolas da educação infantil à pós graduação como professora e coordenadora, e sempre busquei formas de envolver e motivar os estudantes para que aprendessem mais e melhor. Trata-se, portanto, de curso para professores, feito por professores, que realmente colocaram a mão na massa e testaram, em suas escolas, essa proposta de reflexão sobre o modelo de ensino híbrido.