O projeto político pedagógico é conjunto de princípios que norteiam os rumos da instituição. O que ela é, para onde ela vai, qual a referência que as outras escolas têm sobre ela, que aluno cidadão que ela ajudará a formar e o que ela representa para a sociedade. Discutir, estabelecer e redigir projeto político-pedagógico requer reflexões e clareza sobre o que se propõe e onde se pretende chegar. Os primeiros itens a serem pensados, discutidos e definidos são: a missão, a visão e os valores que a escola determinará como sua identidade institucional. Se a escola entende que é necessário promover modificações significativas no ensino e na escola, é importante que as mesmas estejam contempladas no projeto político-pedagógico. Segundo Vasco Moretto, os fundamentos que impulsionam os eixos norteadores do projeto político-pedagógico dividem-se três grupos. São eles: os fundamentos ético-políticos, os epistemológicos e os didático-pedagógicos. Na perspectiva do do ensino híbrido, os fundamentos ético-políticos são aqueles que determinam os valores explícitos adotados pela escola. Quer seja na opção por modelo de inovação sustentado, na qual as mudanças ocorrem de uma forma gradativa, com uma integração espiralada e o aperfeiçoamento dos processos já existentes. Quer seja por modelo de inovação disruptiva que vez de sustentar, rompe. E propõe novos processos como a integração verticalizada, ou seja, uma mudança total no projeto político-pedagógico. Os fundamentos epistemológicos se referem ao modo como a escola propicia a construção do conhecimento e como estimula o aluno para que o mesmo construa o seu conhecimento e a sua interpretação de mundo. Os fundamentos das relações didático-pedagógicos tratam diretamente do papel do professor e a sua relação didática com o aluno. Numa escola que adote o modelo de ensino híbrido a construção do conhecimento é mediada pelo professor. O professor atua como mediador, o problematizador, o facilitador. E não apenas como o transmissor de conhecimento ou o orador aulas expositivas. O projeto político-pedagógico de uma escola que tem como objetivo a implementação do ensino híbrido, deve contemplar estratégias que estimulem a mudança na forma de ensinar e de aprender. Deixando preestabelecido, documentado e de fácil compreensão ao professor a necessidade de utilizar novos formatos na sala de aula, além da reflexão sobre o papel que cada deve assumir no processo. Seja ele, professor, aluno ou a equipe de gestão. Eu sou Silvana Leporace, diretora geral pedagógica do Colégio Dante Alighieri e é uma escolha da direção da escola e juntamente com o projeto político-pedagógico que nós temos. O envolvimento de coordenadores, de professores, de funcionários, eles vão fazer com que isso realmente aconteça dentro da escola, e a escola precisa ter escolhas. E a nossa escolha foi por projeto realmente responsável que atinja a nossa sala de aula, o nosso professor e o nosso aluno. Que ele precisa ter resultado melhor na sua aprendizagem, e estar preparado para tudo o que virá. Ele como protagonista, ele com iniciativa para trabalhar nos diferentes projetos, para criar, para ser realmente aluno que possa atuar nessa sociedade que exigirá cada vez mais. Eu sou Vandenice Minatel, estou coordenadora de tecnologia educacional do Colégio Dante Alighieri e sou professora há mais de 25 anos. Pra mim falar de inovação é muito interessante, porque embora eu trabalhe com tecnologia e a palavra inovação sempre traz o seu bojo, essa questão mais do digital, pra mim como educadora, a inovação tem que ser pedagógica, e pra que ela seja uma inovação pedagógica de fato ela tem que estar atrelada ao projeto. De forma que a tecnologia vai ser parte desse contexto, e não vai ser o pretexto. Então pra gente aqui no colégio, pra mim particularmente, quando se fala inovação é preciso ter clareza dos objetivos, clareza do se quer, da avaliação, da metodologia, enfim, de todas as etapas que compõem o processo pedagógico. Nesse sentido, é importante que toda equipe esteja trabalhando a favor desse projeto, e mais do que isso, é fundamental que esse projeto esteja atrelado ao projeto político-pedagógico da escola. Só dessa maneira, qualquer iniciativa, qualificado ou não como projeto, ela transborda pra todos como algo que precisa estar sendo engajado por todos, sendo motivado por todos, e cujo objetivo final, é que o aluno aprenda mais e melhor, e que o professor se sinta cada vez mais maravilhoso na sala de aula. Então nesse sentido é que a gente trabalha a inovação sempre com fim muito primoroso, na minha opinião, que é fazer da escola dos melhores lugares para se estar. O projeto político-pedagógico pode ser escrito a muitas mãos. Isso é uma perspectiva de muitos olhares. Tornando-se assim projeto vivenciado pelo diretor, pelo coordenador, pelo professor, pelo aluno e pelos pais. E claro, pode ser revisitado, reavaliado e reestruturado a medida que a gestão escolar e suas equipes julgarem se é necessário.