[ÁUDIO_EM_BRANCO] Olá, sejam todos bem-vindos ao nosso curso "O Empreendedorismo e as competências do Empreendedor". Esse é o nosso conteúdo de abertura que vai tratar especificamente das competências de interação. Qual vai ser, então, o objetivo principal da nossa conversa dedicada especialmente às competências de interação? O nosso objetivo principal é que vocês possam aprender novas competências ou aperfeiçoar as competências que vocês já possuem, para melhorar a capacidade de interagir e se comunicar com as pessoas, as organizações e as instituições que vão ajudá-los nas suas atividades empreendedoras. Nesse nosso conteúdo sobre a competência das interações, nós precisamos reforçar primeiramente o que é empreendedor. Sabemos qual é a concepção de empreendedor, de novo empreendimento e de empreendedorismo que o nosso curso está adotando. Todo o empreendedor competente é aquele que consegue transformar uma ideia em uma oportunidade e, em seguida, transformar essa oportunidade num novo empreendimento. Empreendedor é aquele time ou indivíduo que consegue fazer com que a sua ideia seja executada através da criação de novo empreendimento. Lembramos que o novo empreendimento pode ser tanto novo produto, novo serviço, novo projeto, ou numa escala mais avançada, uma nova organização ou uma nova empresa, uma nova startup. Se todo o empreendedor, todo o grupo de empreendedores está sempre voltado para a ação e para a execução de uma oportunidade, ficou mais fácil definir o que é o empreendedorismo. Empreendedorismo, para o nosso curso, é todo o conjunto de atividades e processos que vão ajudar e orientar a execução, a transformação dessas ideias em novas oportunidades. Então, é esse conjunto amplo de processos e atividades, é esse empreendedorismo que vai gerar todos os canais que vão direcionar as ideias e as oportunidades para a criação, o desenvolvimento e a sustentação de novo empreendimento. É dentro desse conjunto amplo de processos e canais que configuram o empreendedorismo que o empreendedor vai ter acesso à sua base de recursos. E é essa base de recursos que vai garantir a viabilidade destes novos empreendimentos. São essas fontes dos principais recursos que o empreendedor vai ter que identificar e mobilizar, que formam o que o nosso curso define como ecossistema de empreendedorismo. Assim, o nosso curso trabalha com uma concepção muito direta e produtiva de ecossistemas de empreendedorismo. Não se trata de uma concepção abstrata de ecossistema. Porquê? Porque, para o nosso curso, o que importa é que o empreendedor planeje, realize e gerencie todas as suas interações orientado por este ecossistema. É o que nós chamamos, como dos conceitos-chave do nosso curso, de interações orientadas pelo ecossistema. É o ecossistema que vai o orientar, que vai lhe dar as direções de como devem ser colocadas em práticas suas competências de interação, sempre em benefício do seu novo empreendimento. O ecossistema é, portanto, essa base de recursos com a qual o empreendedor vai ter que interagir para viabilizar o seu novo empreendimento. Não basta termos apenas a existência de ecossistema com o qual o empreendedor está acostumado a ter algum tipo de vínculo, muitas vezes, vínculo muito passivo. Empreendedor precisa ter, necessariamente, relacionamento direto com as instituições, as organizações de pessoas de certo sistema. Enfim, o empreendedor precisa interagir de maneira ativa com esse ecossistema para garantir a criação de valor para o seu novo empreendimento. Vamos, então, em seguida, descrever pouco mais cada dos componentes desse ecossistema. Vamos começar, primeiramente, com as universidades e faculdades. Todos os empreendedores têm que interagir bastante diretamente com as universidades e faculdades. Se empreendedor estiver trabalhando com produto que tem uma base científica e tecnológica, quase sempre ele vai ter que interagir com as chamadas universidades de pesquisa, que são, principalmente, as universidades públicas que têm nível de excelência na produção de conhecimento científico e tecnológico. Mas o empreendedor também tem que interagir com as faculdades de administração de empresa e as faculdades de economia para, por exemplo, combinar aos seus conhecimentos, que podem estar na área científica e tecnológica, com os conhecimentos da área de negócios. Componente fundamental dos ecossistemas são as incubadoras. As incubadoras no Brasil já existem desde a década de 80 e estão muito vinculadas a instituições públicas. E o que elas oferecem principalmente para os empreendedores e para os novos empreendimentos? Basicamente, as incubadoras oferecem acesso a alguns serviços e infraestruturas que são importantes para o começo de novo negócio, como, por exemplo, custo favorável para locação de salas e espaços físicos, custo favorável em serviços de contabilidade, serviços de advogados, entre outros serviços e infraestruturas. O outro componente fundamental dos ecossistemas são as chamadas aceleradoras de negócios. As aceleradoras, que surgiram praticamente na primeira metade dos anos 2000, diferenciam-se bastante das incubadoras, principalmente porque as aceleradoras são empresas privadas preocupadas em tornar o desenvolvimento de novos negócios, de novos empreendimentos e de novas startups, processo mais ágil, processo mais rápido. Ou, como o próprio nome já indica, processo mais acelerado. Outra diferença fundamental entre as aceleradoras e as incubadoras é que a maioria das aceleradoras tem interesse muito forte em ter participação acionária nesses novos empreendimentos. Em se tornar, então, sócia das novas startups. Uma outra parte fundamental dos ecossistemas são os chamados parques tecnológicos. Qual é a principal função dos parques tecnológicos? Na minha visão, a principal função dos parques tecnológicos é prover o espaço físico, é prover, vamos dizer assim, a parte imobiliária do processo de empreendedorismo. Mas é claro também que, junto com este processo, os parques tecnológicos acabam promovendo uma maior interação entre todas as empresas que estejam neles instaladas. O outro componente fundamental que não se dá, em algumas vezes, a devida importância, quando estamos tratando das principais características dos ecossistemas, é a própria presença de outros novos empreendimentos, de outras startups e seus empreendedores. É fundamental que, se você está procurando melhorar as suas competências de interação, que você estabeleça uma convivência direta com outros empreendedores, com outras startups. É uma espécie de interação por pares, ou seja, uma interação entre pessoas e grupos com afinidades e interesses próximos. Ou seja, é importante que você se relacione, se exponha junto aos seus colegas, seus pares, que são também empreendedores e que estão na busca dos mesmos objetivos que você, que são os objetivos de criar novo empreendimento. É possível participar nos ecossistemas e compartilhar muitas práticas e conhecimentos de grupos de startups que têm problemas muito parecidos, o que facilita muito esse compartilhamento. Esse é componente fundamental e que às vezes não é explorado pelos empreendedores, quando estão pensando nos seus ecossistemas de empreendedorismo e nas suas competências de interação. Nós já falámos que uma das principais partes de ecossistema são as aceleradoras. Uma das razões que explicam essa importância é que as aceleradoras colocam à disposição dos novos empreendimentos conjunto amplo de conhecimentos e práticas, principalmente através de mentores, que são empreendedores experientes e profundos conhecedores das práticas de negócios. O papel dos mentores é exatamente trazer conhecimento para áreas do seu empreendimento, para a área do seu negócio que você não tem conhecimento, exatamente porque você é iniciante no mundo dos negócios e do empreendedorismo. Então, você vai acessar esses mentores em busca de novos conhecimentos e práticas que vão estar aplicadas aos negócios que você está desenvolvendo. Mas é muito importante que você não se esqueça que, apesar das aceleradoras facilitarem o acesso aos mentores, você pode, de maneira proativa e autônoma, ir em busca de mentores que o aconselhem em relação ao seu novo empreendimento, sem depender diretamente das aceleradoras. Nessa busca intensa de relacionamento e de interação que você vai ter com o seu ecossistema, você vai ter que procurar também, por exemplo, parceiros e fornecedores. Procure parceiros que vão complementar as áreas do seu novo empreendimento, que vão abrir portas para novos negócios e que vão ter interesse em compartilhar os resultados positivos que vocês vão ganhar através de uma possível ação conjunta.