[MÚSICA] Olá gente. Mais uma aula aí sobre startups do Núcleo de Empreendedorismo da USP. Novamente só pensando na cadeia aqui, a gente falou né: comportamento do empreendedor, algumas características. Depois fomos para imersão do mercado, compreender o mercado, trazer a ideia para o papel, modelar melhor o negócio, empreender como negócio, enxergar hipóteses, validar hipóteses, entender o usuário, mergulhar na vida do usuário. Depois começamos a dar outro passo que é o crescimento. Falamos do crescimento com estratégia de marketing, falamos do crescimento a partir de produto. E aí a gente entra agora nesta aula que é construir uma operação, operação e cultura. São dois pontos muito importantes porque eles determinam pouco a eficiência do crescimento da startup. Como a gente sempre fala, a startup é muito frágil, tem pouco recurso. Então geralmente são poucas pessoas, muito trabalho, muito crescimento. É preciso de outro jeito de tocar as coisas, especialmente novos negócios, que as pessoas estavam precisando de outros modelos, então é uma cultura pouco diferente, toda a lógica é pouco diferenciada, os recursos são escassos. Então isto faz com que a gente tenha que enxergar a operação de uma startup, enxergar a cultura de uma startup, de uma empresa de tecnologia jeito mundo diferente. Livro que eu indico muito é o "Como o Google Funciona" que explica pouco disto. Quando os dois gestores do Google, o Eric Schmidt e o Jonathan, eles entraram muito mais com a cabeça de negócio e eles tentaram trazer alguns conceitos de negócios que eles tinham e o Larry Page e o Sergey Brin falaram "cara, isto não funciona. Você está outro universo, as coisas mudaram e você precisa se adaptar". Então este livro fala sobre como eles, como gestores, adaptaram-se à cultura e redesenharam uma cultura uma empresa de tecnologia que, por caraterística, tem uma cultura totalmente diferenciada, local ótimo para trabalhar. Então o conceito de cultura influencia muito, especificamente as startups que tem batido muito nesta tecla. Quando a gente fala de operações e culturas, para esta aula a gente queria bater quatro pontos bem importantes que é: autonomia para os times, produtividade, posicionamento de atração de novos talentos e escalar o negócio de maneira eficiente. Então o primeiro ponto que é times com autonomia. Time com autonomia é muito difícil você criar autonomia. Geralmente se fala muito " a gente tem que dar autonomia, tem que permitir inovação, tem que fazer isto e aquilo", mas é processo muito difícil. Porque muitas vezes você dá autonomia e as coisas perdem o controle. Mas não é por conta da falta de autonomia, mas muito mais pela falta de comunicação, falta de alinhamento. Então nas nossas startups e aqui no NEU mesmo é o que a gente sempre fala: você não precisa ter processo super burocrático. Você tem que pensar muito mais como se comunicar, como alinhar. Aqui mesmo no NEU a gente faz uma reunião semanal de 15 minutos, no máximo, pé, frente ao nosso quadro de metas e planejamento para ver como está andando a operação, qual a velocidade, se a gente está cumprindo as metas, se tem algum problema específico, 15 minutos pé só para alinhar tudo e voltar para a operação. Isto é uma coisa que para a gente faz muita diferença e eu indico, se vocês quiserem se aprofundar nestes conceitos, eu indico o livro "Scrum", que fala muito sobre algumas metodologias mais ágeis para desenvolvimento de produtos e desenvolvimento de negócios. Muitas vezes eles parecem ser só adaptáveis à empresas de tecnologia, mas eu acho que serve para muitos modelos. Outro ponto é a produtividade. Porque a gente tem muita coisa para fazer, time muito pequeno, pouco tempo, pouco recurso. Como que a gente trabalha? Priorização. Priorização acho que é uma das palavras que eu mais ouço dos gestores de startup que estão crescendo. Eles sempre falam "Cara, eu tenho muita coisa para fazer, muita decisão e saber priorizar é o que mais determina o meu sucesso, meus resultados e minha produtividade." Então pensar pouco nisto, pensar pouco motivação, culturas de execução faz muita diferença para aumentar a produtividade. Então você definiu a entrega, priorizou, deu aquela missão, vai com autonomia, você deixa as pessoas mais motivadas e elas entregam mais. Isto desdobra também pouco no posicionamento da empresa para atração de novos talentos. Você começa a mostrar que as empresas são mais legais, são mais gostosas de trabalhar. Poxa, eu estou num lugar que tem uma missão sensacional, que eu tenho uma autonomia gigante e que os desafios são ótimos. Eu cresço para caramba. Isto atrai novas pessoas especialmente startup, que a gente tem pouco dinheiro para pagar, que a gente não consegue ainda ser competitivo como banco, ou como indústria, a gente consegue ser competitivo ambiente legal, com uma cultura legal, com autonomia legal e com a sensação de crescimento para quem está participando. E aí último ponto é a escala. Escala vocês vão ver muito na aula prática que o David Kato, da iFood, ele conta como que ele escalou o iFood. É sempre começar pequeno e pensar grande. Saber que a escala vem com você saber confiar, saber deixar errar. Escala nunca é algo, para startup nunca é algo que você pensa monte de regrinhas que a gente tem que crescer amarrado nisto, mas muito mais permitir as pessoas crescerem e dar autonomia, desenvolver lideranças e aí sim ver o crescimento através de erros, através de velocidade. Sempre que a gente fala de startup, a gente fala de teste, de hipótese, de experimentação. Então a gente acredita muito que vem numa cultura de experimentação. Você saber experimentar de maneira rápida, pensada, planejada. Se eu acho que fazer uma mudança na plataforma pode dar certo, eu vou lá eu penso: minha hipótese é esta, eu vou ver se o resultado é bom ou ruim, assim, assim, assado. Vou lá e testo. Para eu não ficar preso " será que dá certo, será que não dá" é muito melhor ir para rua e tentar. Então escalar é muito isto, permitir que seus times pequenos e bem concentrados, se comunicando bem, consigam fazer estes experimentos, fazer estes testes. O Facebook mesmo tem uma cultura de 'move fast and break things'. Se movimentar rápido, testar mesmo e quebrar as coisas. Porque o erro leva a alguns aprendizados, leva a alguns caminhos. Não é glorificar o erro, mas saber que faz parte deste processo de escape. Eu termino esta aula com uma frase que eu gosto muito, que também eu aprendi muito isto com o estudo da cultura do Spotify que é "se tudo parece estar sob controle, quer dizer que você não está rápido o suficiente." Então saiba que startup é crescer rápido e você tem que aprender a criar mecanismos para crescer rápido e de maneira eficaz. É isto gente. Espero que vocês tenham gostado da aula. Até a próxima.