[MÚSICA] [MÚSICA] Olá, nós vamos ver agora o Demonstrativo de Fluxo de Caixa de uma empresa. Ele é similar ao nosso DRE, só que o DRE era calculado na forma de regime de competência e o fluxo de caixa é calculado na forma do regime de caixa e ele vai mostrar o que acontece com o caixa de uma empresa num certo período. No final desse vídeo, você vai ter que ser capaz de explicar como a empresa movimenta o seu caixa ao longo de período contábil, entender a diferença entre os movimentos Operacionais, de Investimento e Financiamento, e, por fim, calcular como os diversos movimentos de caixa afetam seu saldo ao longo do exercício. Então, vamos ver como é que uma empresa de fato calcula ou como é que ela trabalha o seu Fluxo de Caixa ao longo de ano. A gente costuma classificar os lançamentos de caixa três grandes grupos. O grupo de operações, que é o primeiro deles, a gente ali vai registrar os fluxos de vendas de produtos e serviços e o pagamento dos custos e despesas relacionados às operações regulares. Só que agora a gente vai reconhecer tudo isso na data que ele é pago e não mais naquela base de competência que a gente usa no DRE. Posteriormente, a gente soma os fluxos de investimentos. O que é que são esses fluxos? São gastos que a empresa tem, ou receitas que ela tem, para comprar imóveis, equipamentos, software, até investimentos que ela faz. Sim, porque ela pode comprar. Uma empresa pode comprar ações de outras empresas, podem comprar títulos do Governo, podem fazer investimentos também. Veja que, esses investimentos não são normalmente coisas que acontece e que são geradas no dia-a-dia. O que é gerado no dia-a-dia são as operações. Aqui são investimentos, são gastos que ela faz com o objetivo de gerar resultados no longo prazo. Agora, para fechar esses movimentos de caixa, a gente precisa também dos lançamentos de financiamentos. Então, os fluxos de caixa de financiamentos são fluxos de caixa de dinheiro colocado pelos acionistas ou credores, ou seja, dos investidores da empresa. Então, o dinheiro que entra no lançamento das ações novas, ou pagamento de dividendos hora que saiu, ou amortização de empréstimos financiamentos, que é dinheiro que sai, ou financiamento novo que a empresa tomou, que é dinheiro que entra. Então, a gente vai fazer toda essa movimentação. Vai pegar o caixa inicial, somar o fluxo de caixa de operações, o fluxo de caixa de investimento, o fluxo de caixa de financiamento para obter o caixa final do período. Então, se eu pegar todo o caixa recebido pela venda de bens e serviços e tirar os caixas gastos para adquirir para esses bens e serviços, eu vou obter o fluxo operacional. Da mesma forma, o caixa recebido com venda de imóveis e investimentos menos o caixa gasto para adquiri-los, eu vou ter o fluxo de caixa de investimentos. Se eu pegar o caixa recebido pela emissão de ações e dividas e tirar o que eu gastei com dividendos e dinheiro para comprar ações e amortizar dívidas, na realidade eu vou ter o fluxo de caixa de financiamento. Então veja que eu tenho aqui os três tipos de fluxo de caixa. Se eu pegar o meu caixa inicial e somar os três fluxos de caixa, eu vou chegar no meu caixa final. Então, uma empresa vai demonstrar o fluxo de caixa operacional no DFC, Demonstrativo de Fluxo de Caixa. No Demonstrativo de Fluxo de Caixa, eu começo a partir do lucro líquido, somo a depreciação, tiro o aumento dos ativos circulantes e somo a redução de passivos circulantes. Por que que eu faço isso? O Lucro Líquido é o montante que eu obtive de resultado, agora a depreciação e a amortização são lançamentos que não são caixa, lembra que a gente não paga por eles. Eu já comprei certo ativo e ele está depreciando ao longo do ano. Então essa depreciação, apesar de ter sido abatido do lucro líquido, ela não é fluxo de caixa, então eu somo de volta. Agora, se cliente paga a prazo, ele foi reconhecido no lucro líquido mais esse montante vai está registrado no ativo circulante como contas a receber de clientes. Então, eu tenho que tirar esse aumento dali, porque é dinheiro que entrou no lucro líquido, mas não entra no fluxo de caixa. E, ao mesmo tempo, se eu peguei financiamento ou se eu pego fornecedor que eu recebo custo imediatamente do hoje, mas eu vou pagar a prazo, essa redução dos passivos circulantes tem que ser tirado também e aí eu vou obter o meu fluxo de caixa operacional. Outro fluxo de caixa importante é o de investimento. Então o de investimento, o que eu faço de vendas de investimentos, que seja venda de imóveis, de equipamentos, entre dinheiro no meu fluxo de investimentos, e o que eu gastar com compras desses investimentos, vai deduzir e eu vou chegar no meu fluxo de caixa de investimento. Da mesma forma, se eu pegar emissão de novos empréstimos e novas ações, tirar a minha amortização dos empréstimos e tirar os meus dividendos, eu vou chegar no fluxo de caixa dos financiamentos. Novamente, se eu pegar o caixa inicial e somar fluxo de caixa operacional, fluxo de caixa de investimento e fluxo de caixa de financiamento, eu chego no meu caixa final. Vamos rever o que a gente já falou. Demonstrativo de fluxo de caixa então, eu parto do caixa inicial, somo o fluxo de caixa operacional, que vai ser exatamente somando o lucro líquido do exercício, com mais as depreciações e amortizações que são não-caixa, mais a redução do ativo circulante, menos o aumento do ativo circulante, menos a redução do passivo circulante e mais o aumento do passivo circulante. E aí eu vou ter aqui exatamente qual foi o caixa gerado pelas atividades operacionais. E a gente chama isso daqui de método indireto. O que é o método indireto? É partir do lucro líquido para chegar no caixa. Então eu peguei tudo no lucro líquido que não era caixa imediato e somei ou tirei, fiz ajustes para chegar no caixa gerado pelas operações da empresa. Então aqui eu obtive o fluxo de caixa operacional. O fluxo de caixa de investimentos, como a gente já falou, eu vou pegar as minhas vendas de ativos, de resgates e títulos que eu tiver de investimentos e tirar as novas aplicações títulos e tirar as compras de imobilizados, seja ele tangível ou intangível. E aí eu vou chegar com o caixa gerado com as atividades de investimento. E o terceiro e último é o fluxo de caixa de financiamento, que eu vou pegar as captações de empréstimos e financiamentos, vou tirar o pagamento de dividendos, amortização dos financiamentos, e, se eu tiver emissão de novas ações, elas vão entrar aqui nesse caixa. Então aqui esse fluxo de caixa é gerado pelas atividades de financiamento, que vão ser, exatamente, a soma dessas parcelas. Vamos ver agora isso num demonstrativo real. Então, se a gente voltar para o caso da Natura. A gente vai olhar o fluxo de caixa das atividades operacionais, eu começo ali no lucro líquido, feito pelo método indireto, somo os ajustes de lançamentos não-caixa, que é depreciação, amortizações e outros lançamentos não-caixa, pego a redução dos ativos circulantes, que vai gerar o meu subtotal B, e o subtotal C é o aumento dos passivos circulantes. Se eu somar o subtotal A com o B e com o C, eu vou chegar com o fluxo de caixa gerado pelas atividades operacionais da Natura. Disso, eu vou ter que somar agora o fluxo de caixa das atividades de investimento. Então eu vou pegar aqui adições imobilizadas e intangível, o recebimento pela venda de ativos imobilizado e intangível, aplicações títulos que ela fez, vejo que vai entrar aqui o resgate de títulos e valores imobiliários, e efeito de variação cambial, porque a Natura opera no exterior também, então o que ela tem de aplicações lá fora, ela tem essas variações que vão entrar aqui também no caixa que ela gera com os seus investimentos. Por fim, a gente vai ter fluxo de caixa das atividades de financiamento, que vai ser o montante que ela vai gastar com amortização de empréstimos, o dinheiro que entra de captação de novos empréstimos, e outras aquisições que ela fez de ações e pagamento de dividendo, gerando o fluxo de caixa das atividades de financiamento. Se eu pegar esses valores e somar, eu vou verificar que a diferença entre o saldo inicial e o saldo final é exatamente a soma desses três valores: o caixa gerado pelas atividades operacionais, o caixa gerado pelas atividades de investimento, e o caxa gerado pelas atividades de financiamento. Então, resumo, esse demonstrativo vai mostrar o que? 2016 a Natura gerou 778 milhões suas operações termo de fluxos de caixa, pagou 302 investimentos e mais 976 para os seus investidores. Como a conta não fecha, esses 500 milhões é exatamente a diferença entre o caixa inicial e o caixa final. Então, eu saio do caixa inicial, pego o tanto que entrou de operacional, o tanto que entrou de investimento, o tanto que entrou financiamento e chego no meu caixa final. E esse é o que apresenta o meu Demonstrativo do Fluxo de Caixa. Se a gente pegar o balanço da Natura, a gente vai ver que, nesse período de 2016, entre 2015 e 2016, o caixa dela variou exatamente esses 500 milhões de reais. E aí essa é importância do fluxo de caixa de uma empresa e essa é a importância do Demonstrativo do Fluxo de Caixa [MÚSICA]